Blog do Marcos Peres

Arquivo : janeiro 2014

BMW fabrica trenó inovador para as Olimpíadas
Comentários Comente

Marcos Peres

Nas Olimpíadas de Inverno Sochi, a ser disputada no mês de fevereiro, na Rússia, o primeiro trenó construído pela montadora de automóveis BMW pode dar à equipe masculina de bobsled dos Estados Unidos uma medalha de ouro depois de 78 anos.

Ironicamente, a Federação de Bobsled e Skeleton dos Estados Unidos recorreu à montadora alemã para tentar acabar com o domínio da Alemanha no bobsled de duas pessoas. Os alemães venceram as três últimas edições das Olimpíadas.

Trenó inovador da equipe dos EUA para as Olimpíadas de Sochi - Foto: BMW

Trenó inovador da equipe dos EUA para as Olimpíadas de Sochi – Foto: BMW

Graças ao trenó, mais estreito do que os demais, fabricado em fibra de carbono, os Estados Unidos ocupam atualmente a primeira posição na Copa do Mundo de Bobsled. “Há três elementos no bobsled”, afirmou o piloto da equipe americana, Steve Holcomb: “Uma boa corrida na largada, um bom piloto e um bom equipamento. Até agora, os três estão interagindo muito bem”.

Antes dessa experiência, a BMW não sabia nada sobre bobsled, mas entendia tudo de aerodinâmica e matéria-prima para corridas de carros. A montadora esteve na Fórmula-1 por diversas temporadas, se despedindo em 2009, em meio à crise econômica mundial. O trenó de bobsled viaja a cerca de 150 km/h. E a diferença entre vencedores e derrotados é medida em centésimos de segundo nos dias de hoje.

O chefe da equipe de design do trenó é Michael Scully, um ex-piloto de carros de corrida que hoje é diretor criativo da BMW. Ele concluiu que da forma com que o trenó sai lançado e pelas guinadas exigidas nas curvas da pista de gelo, o aerofólio clássico, utilizado nas últimas duas décadas, não era o mais aerodinâmico para a modalidade. Scully diminuiu as dimensões do aerofólio para o mínimo exigido para as competições de bobsled e passou a aplicar nele fibra de carbono. O corpo do trenó ficou tão leve, que a BMW teve que adicionar 45 kg de chumbo para chegar ao peso mínimo que consta do regulamento. E distribuiu esse peso extra de forma inovadora, mudando a dirigibilidade do trenó.

A BMW fabricou seis trenós para a equipe americana - Foto: BMW

A BMW fabricou seis trenós para a equipe americana – Foto: BMW

A BMW América do Norte é uma das maiores patrocinadoras do Comitê Olímpico dos Estados Unidos para esportes de verão e inverno. Porém, agora a parceria foi além: “Não é mais apenas um adesivo no trenó”, afirmou Scully. Nós queremos ser tão rápidos ou mais rápidos do que o trenó mais veloz do mundo”, disse Michael Scully à revista Forbes.

Os EUA estão fora do pódio do tradicional bobsled masculino para duas pessoas desde os Jogos Olímpicos de Oslo-1952. E a última medalha de ouro do país foi conquistada pela dupla Ivan Brown e Alan Washbond em 1936, nas Olimpíadas de Garmisch-Partenkirchen, distrito da Bavária, no sul da Alemanha.

As americanas conquistaram uma medalha de ouro na estréia do bobsled para duas pessoas feminino, nos Jogos de Salt Lake City-2002. Porém, desde então, já foram superadas por alemãs e canadenses nas edições de Turim-2006 e Vancouver-2010.


Lesão como a de Ânderson teve final feliz nos EUA
Comentários Comente

Marcos Peres

Depois que o armador Kevin Ware competou 53 minutos jogados em nove partidas em 2013, o técnico Rick Pitino, da Universidade de Louisville, no estado americano de Kentucky, decidiu que a missão do atleta de 20 anos já havia sido cumprida nessa temporada: Um retorno emocionante às quadras, depois de oito meses de recuperação de uma lesão muito semelhante à do lutador brasileiro Ânderson Silva.

No primeiro dia de 2014, a Universidade de Louisville anunciou que Ware não jogará mais nessa temporada. Será submetido a um programa de treinamentos para que volte a ter o desempenho que fez dele um dos principais estreantes da primeira divisão da maior liga universitária do país, a NCAA, na temporada 2012-2013.

“Não sentimos que ele possa voltar ao nível que apresentava antes ainda nessa temporada”, disse o técnico Pitino ao jornal Los Angeles Times. “Eu acredito que ele possa voltar ao nível que tinha. Foi uma fratura grave, mas não é uma situação como a de Kobe (Briant) com o tendão de Aquiles. Foi apenas uma fratura grave que precisa de tempo”.

Foto: Andy Lyons/Getty Images

Foto: Andy Lyons/Getty Images

Kevin Ware enfrentou 220 dias de recuperação da cirurgia que reparou a fratura exposta na perna direita. O armador voltou a jogar em novembro de 2013, em uma partida-exibição contra a Universidade de Pikeville. Foi ovacionado pela torcida ao entrar no time no meio do segundo quarto. Depois, novamente, ao fazer o primeiro arremesso.

Em março de 2013, Ware havia quebrado a perna ao aterrissar de uma tentativa de bloqueio a um arremesso de três pontos de Tyler Thornton, da Duke University. Não só a grave lesão, mas também a reação dos demais jovens jogadores em quadra emocionaram o país.

O ginásio da cidade de Indianápolis estava em silêncio. Os jogadores, atônitos. Era possível ouvir Kevin Ware gritando para os companheiros de time: “Estou bem, ganhem o jogo!” Em uma performance que os colegas dedicaram a Ware, Louisville venceu o forte time da Duke University por 85 a 63.

Depois de receber uma placa na tíbia, em cirurgia muito semelhante à que Ânderson Silva foi submetido, Ware viajou com o time para as semifinais, disputadas na cidade de Atlanta, e a Universidade de Loisville se tornou campeã nacional.

Kevin Ware completa 21 anos de idade nessa sexta-feira, dia 3 de janeiro. É quase 18 anos mais jovem do que Ânderson Silva. Esportes individuais, como o UFC, tem exigências atléticas bem diferentes de esportes coletivos, como basquete. Contudo, quando os ortopedistas americanos dizem que Ânderson poderá voltar a lutar se quiser, têm uma história bem recente para comprovar.