Blog do Marcos Peres

Toronto quer “cultura vencedora” de Júlio César
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Marcos Peres

“Ju-lee-oh”, essa é a pronúncia sugerida na página do Toronto F.C. na internet aos torcedores canadenses para que comecem a se familiarizar com o novo goleiro do time, o brasileiro Júlio César.

“Contratar um jogador com a experiência e a habilidade de Júlio Cesar apenas fortalece o nosso clube a curto e longo prazos”, disse o diretor do Toronto F.C., Tim Bezbatchenko. “Nós estamos comprometidos em criar uma cultura vencedora no Toronto F.C. e há poucas pessoas no mundo do futebol com uma trajetória comprovada de conquista de resultados consistentes, como Júlio César. Estamos muito felizes em trazê-lo para Toronto”.

Reprodução - www.TorontoFC.ca

Reprodução – www.TorontoFC.ca

Apresentado pelo Toronto F.C. em um evento realizado no centro de treinamentos da equipe, em Downsview, no Canadá, Júlio Cesar revelou que consultou a comissão técnica da seleção brasileira antes de assinar o contrato. “Conversei com o treinador da seleção brasileira e também com (Carlos Alberto) Parreira, que já trabalhou aqui, e ele me disse que é uma liga dura. Então estou feliz,” disse o goleiro brasileiro em inglês.

Júlio Cesar aguarda a emissão do visto de trabalho canadense e do Certificado de Transferência Internacional, que será emitido em breve pela Fifa, para se juntar ao time para a pré-temporada, que está sendo realizada nos Estados Unidos.

Eleito o melhor goleiro da Copa das Confederações de 2013, Júlio César deixa a Inglaterra em busca de ritmo de jogo, para manter a titularidade na seleção brasileira que vai disputar a Copa do Mundo dentro de quatro meses. Reserva do Rangers, Júlio César jogou apenas uma partida na atual temporada.

O Toronto F.C. disputa a Major League Soccer, a liga norte-americana de futebol. A temporada 2014 da MLS vai começar no dia 15 de março. Único jogador da seleção brasileira pré-convocado por Felipão para a Copa, Júlio César, de 34 anos, pode fazer oito jogos até a convocação para a Copa, que será anunciada no dia 7 de maio. Há onze jogos no calendário do Toronto F.C. até o goleiro se apresentar à seleção no dia 26 de maio, na Granja Comary, em Teresópolis, Rio de Janeiro.

O responsável pela contratação é o ex-jogador neozelandês Ryan Nelsen. Ele era companheiro de time de Júlio Cesar no Queens Park até janeiro de 2013, quando assumiu o time de Toronto como treinador.

O Toronto F.C. também negociou recentemente a maior contratação da história do clube. O atacante Jermain Defoe, da seleção inglesa, vai se despedir do Tottenham Hotspur no final do mês de fevereiro para assinar aquele que deve ser o maior contrato da MLS na atualidade. Defoe, de 31 anos, passará a ser o atleta mais bem pago da liga, desbancando o veterano atacante francês Thierry Henry, de 36 anos, do New York Red Bulls.

O brasileiro Gilberto, ex-jogador da Portuguesa, do Sport Recife e do Inter de Porto Alegre também chegou a Toronto há poucas semanas.

Primeiro time canadense a fazer parte da MLS, em 2007, o Toronto F.C. nunca avançou para a fase de playoffs da liga, equivalente às quartas-de-final.

Operado pelo mesmo grupo que controla o time de basquete Toronto Raptors, da NBA, e a equipe de hóquei no gelo Toronto Maple Leafs, da NHL, o Toronto F.C. joga no estádio BMO Field, que tem capacidade para 21 mil espectadores.


Toronto F.C. vai anunciar Júlio César nessa sexta
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Marcos Peres

O Toronto F.C. fechou a contratação do goleiro brasileiro Júlio César por empréstimo junto ao Queens Park Rangers, da Inglaterra. O time canadense vai anunciar oficialmente o acordo em um evento marcado para essa sexta-feira, às 16h, no horário de Brasília, no centro de treinamentos da equipe, em Downsview.

Júlio César precisa jogar - foto: Flavio Florido/UOL

Júlio César precisa jogar – foto: Flavio Florido/UOL

Eleito o melhor goleiro da Copa das Confederações de 2013, Júlio César deixa a Inglaterra em busca de ritmo de jogo, para manter a titularidade na seleção brasileira que vai disputar a Copa do Mundo dentro de quatro meses. Reserva do Rangers, Júlio César jogou apenas uma partida na atual temporada.

O Toronto F.C. disputa a Major League Soccer, a liga norte-americana de futebol. A temporada 2014 da MLS vai começar no dia 15 de março. Único jogador da seleção brasileira pré-convocado por Felipão para a Copa, Júlio César, de 34 anos, pode fazer oito jogos até a convocação para a Copa, que será anunciada no dia 7 de maio. Há onze jogos no calendário do Toronto F.C. até o goleiro se apresentar à seleção no dia 26 de maio, na Granja Comary, em Teresópolis, Rio de Janeiro.

O Toronto F.C. terminou 2013 com uma das piores defesas da América do Norte. O saldo de gols do time na temporada 2013 da Major League Soccer foi de -17. Fez 30 e tomou 47. Com esse déficit, o time encerrou o ano na décima sétima e antepenúltima colocação da MLS.

O responsável pela contratação é o ex-jogador neozelandês Ryan Nelsen. Ele era companheiro de time de Júlio Cesar no Queens Park até janeiro de 2013, quando assumiu o time de Toronto como treinador.

Para dar suporte à frágil defesa do Toronto nessa temporada, Ryan Nelsen vai contar com um dos jogadores mais importantes da seleção dos Estados Unidos, o volante Michael Bradley, que atuava pelo Roma, da Itália.

O Toronto F.C. também negociou recentemente a maior contratação da história do clube. O atacante Jermain Defoe, da seleção inglesa, vai se despedir do Tottenham Hotspur no final do mês de fevereiro para assinar aquele que deve ser o maior contrato da MLS na atualidade. Defoe, de 31 anos, passará a ser o atleta mais bem pago da liga, desbancando o veterano atacante francês Thierry Henry, de 36 anos, do New York Red Bulls.

O brasileiro Gilberto, ex-jogador da Portuguesa, do Sport Recife e do Inter de Porto Alegre também chegou a Toronto há poucas semanas.

Primeiro time canadense a fazer parte da MLS, em 2007, o Toronto F.C. nunca avançou para a fase de playoffs da liga, equivalente às quartas-de-final.

Operado pelo mesmo grupo que controla o time de basquete Toronto Raptors, da NBA, e a equipe de hóquei no gelo Toronto Maple Leafs, da NHL, o Toronto F.C. joga no estádio BMO Field, que tem capacidade para 21 mil espectadores.


Olimpíadas na Rússia: A delegação esquecida nos EUA
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Marcos Peres

Cresce a cada dia de competições das Olimpíadas de Inverno de Sochi a decepção dos americanos com as principais estrelas da delegação dos Estados Unidos. Já teriam festejado dois tricampeões olímpicos, se o snowboarder Shaun White e o patinador Shani Davis tivessem transformado favoritismo em performance. Porém, novos heróis podem emergir de uma delegação de 230 atletas. Ao contrário do que aconteceu na última vez em que os Jogos Olímpicos foram disputados na Rússia. Os atletas americanos foram impedidos de participar das Olimpíadas de Verão de Moscou, em 1980, por uma decisão política: O boicote liderado pelo presidente dos EUA, Jimmy Carter, aos Jogos organizados pelo regime comunista da União Soviética.

Depois de treinarem duro durante anos, com todas as privações que exige a vida de um atleta de ponta, mesmo depois de passarem pelas duríssimas seletivas olímpicas americanas, 466 atletas estavam prontos para embarcar para a Rússia, quando foram chamados para uma recepção na Casa Branca, em Washington, no dia 16 de julho de 1980. Foi quando receberam a notícia que botou fim ao sonho olímpico de muitos deles. E teve grande impacto na vida de quase todos.

“Então, ouvi aquelas palavras do presidente Carter: ‘Nós não vamos’. Eu pensei que ele estivesse brincando. Nós não vamos às Olimpíadas? Eu fiquei com o coração partido por terem misturado política e esporte. Mas eles sempre misturam. Não adianta querer o contrário”, disse o ex-corredor Don Paige, que havia se classificado para os Jogos com o melhor tempo do ano de 1980 para os 800m. Ele tinha 23 anos, mas nunca mais conseguiu se classificar para as Olimpíadas.

“Até hoje, eu nunca assisti à final dos 800m das Olimpíadas de Moscou. Fiz uma promessa a mim mesmo, disse Paige em 2012 à rede de televisão CNN.

Paige faz parte de uma geração de atletas esquecida nos Estados Unidos. Em vez de medalhas olímpicas, ele receberam do Comitê Olímpico americano medalhas simbólicas, que só em 2007 foram reconhecidas como “Medalhas de Ouro do Congresso dos EUA”,  a maior honraria civil do país.

O boicote foi organizado em protesto à invasão da União Soviética ao Afeganistão, em 1979. Os soviéticos visavam destituir o governo de Kabul, que praticava um socialismo ilegítimo aos olhos da URSS.

Mais de 50 nações seguiram os Estados Unidos no boicote. O Brasil não estava entre elas. Porém, o país fez questão de mandar alguns atletas também para as “Olimpíadas do Boicote”, evento organizado às pressas na cidade americana da Filadélfia para que as nações do bloco que aderiu ao boicote tivessem uma alternativa aos Jogos de Moscou.

Alguns atletas das “Olimpíadas do Boicote” conquistaram marcas melhores do que os medalhistas de ouro dos Jogos de Moscou, como o americano Renaldo Nehemiah nos 110m com barreiras.

“Eu posso perdoar, mas nunca vou me esquecer”, afirmou o americano Craig Virgin, dono do recorde mundial dos 10 mil metros em 1980, mas que nunca conquistou uma medalha olímpica.

Em 1984, foi a vez da União Soviética dar a resposta, liderando um grupo 15 de nações que boicotaram as Olimpíadas realizadas em Los Angeles, há exatos trinta anos.


Júlio César vai encontrar defesa fraca em Toronto
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Marcos Peres

O goleiro Júlio Cesar passou os últimos meses à procura de um gol para defender. Em busca de ritmo de jogo. Único jogador da seleção brasileira pré-convocado para a Copa do Mundo de 2014, tudo o que ele quer é “tempo de bola”. Assim, Toronto pode ser o lugar certo. Trabalho é o que não deve faltar a Júlio Cesar. O Toronto F.C. terminou 2013 com uma das piores defesas da América do Norte.

O saldo de gols do Toronto F.C. na temporada 2013 da Major League Soccer foi de -17. Fez 30 e tomou 47. Com esse déficit, o time encerrou o ano na décima sétima e antepenúltima colocação da MLS.

Júlio César precisa jogar - foto: Flavio Florido/UOL

Júlio César precisa jogar – foto: Flavio Florido/UOL

Felipão garantiu Júlio Cesar entre os três goleiros brasileiros na Copa. Porém, aos 34 anos, Júlio Cesar não poderia arriscar a titularidade da seleção esperando pela convocação final, do dia 7 de maio, do banco de reservas do Queens Park Rangers, da segunda divisão inglesa.

O goleiro deve assinar um acordo de empréstimo com o Toronto F.C. nas próximas horas. O responsável pela contratação é o ex-jogador neozelandês Ryan Nelsen. Ele era companheiro de time de Júlio Cesar no Queens Park até janeiro de 2013, quando assumiu o time de Toronto como treinador.

Para dar suporte à frágil defesa do Toronto nessa temporada, Ryan Nelsen vai contar com um dos jogadores mais importantes da seleção dos Estados Unidos, o volante Michael Bradley, que atuava pelo Roma, da Itália.

O Toronto F.C. também negociou recentemente a maior contratação da história do clube. O atacante Jermain Defoe, da seleção inglesa, vai se despedir do Tottenham Hotspur no final do mês de fevereiro para assinar aquele que deve ser o maior contrato da MLS na atualidade. Defoe, de 31 anos, passará a ser o atleta mais bem pago da liga, desbancando o veterano atacante francês Thierry Henry, de 36 anos, do New York Red Bulls.

O brasileiro Gilberto, ex-jogador da Portuguesa, do Sport Recife e do Inter de Porto Alegre também chegou a Toronto há poucas semanas.

Primeiro time canadense a fazer parte da MLS, em 2007, o Toronto F.C. nunca avançou para a fase de playoffs da liga, equivalente às quartas-de-final.

Operado pelo mesmo grupo que controla o time de basquete Toronto Raptors, da NBA, e a equipe de hóquei no gelo Toronto Maple Leafs, da NHL, o Toronto F.C. joga no estádio BMO Field, que tem capacidade para 21 mil espectadores.

A MLS 2014 vai começar no dia 15 de março. Se tudo correr como o esperado, Júlio Cesar pode fazer oito jogos até a convocação para a Copa do Mundo, que será anunciada no dia 7 de maio. Há onze jogos no calendário do Toronto F.C. até o goleiro se apresentar à seleção no dia 26 de maio, na Granja Comary, em Teresópolis, Rio de Janeiro.


O herói olímpico por trás do “amarelão” Shaun White
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Marcos Peres

 

Nas últimas seis semanas, um mesmo atleta machucou o ombro direito e o tornozelo esquerdo em quedas duríssimas durante os esforços para conquistar a classificação para as Olimpíadas de Inverno de Sochi em duas modalidades radicais: o snowboard halfpipe e o snowboard slopestyle. Ambas consistem na execução de  manobras aéreas arriscadas na neve, em alta velocidade. Shaun White superou dores terríveis para assegurar um lugar no time dos Estados Unidos nos Jogos Olímpicos de 2014. E conseguiu. As duas vagas. Mostrou incrível capacidade de superação.

Shaun White cai durante seletivas americanas - foto: Doug Pensinger/Getty Images

Shaun White cai durante seletivas americanas – foto: Doug Pensinger/Getty Images

Porém, ao finalmente chegar na Rússia, além do ombro e do tornozelo, Shaun White machucou também o pulso esquerdo, em um treinamento na pista desenvolvida para a estréia do Slopestyle em Jogos Olímpicos. Concluiu que as condições da neve estavam arriscadas demais para quem teria um bicampeonato olímpico a defender dentro de três dias no halfpipe. Uma snowboarder da Finlândia havia acabado de cair e bater a cabeça. E um norueguês quebrou a clavícula. Então, White tomou a decisão mais difícil da vitoriosa carreira: Desistir da disputa do slopestyle, depois de mais de 11 anos à espera pelo dia em que essa modalidade – que ele domina há mais de 11 anos – debutaria nas Olimpíadas. White tinha um motivo claro: ''O potencial risco de contusão é um pouco demais pra mim'', ele explicou, deixando claro que precisava se concentrar na busca pelo tricampeonato olímpico no halfpipe. No exato momento em que essa notícia chegou aos Estados Unidos, White não foi apenas criticado, mas desrespeitado em todas as mídias sociais. Um erro. Vou explicar o porquê baseado em uma conversa que tive com ele há poucos meses, em Lake Tahoe, no estado da Califórnia, Estados Unidos.

Foto: Alberto Pizzoli/Getty Images

Foto: Alberto Pizzoli/Getty Images

Shaun White monitora periodicamente o funcionamento do próprio coração. Um defeito congênito o obrigou a passar, ainda bebê, por duas cirurgias cardíacas, antes de completar um ano de idade. Como chamar de ''amarelão'' alguém que arrisca a própria vida por opção própria, ou como ele próprio me disse, ''por amor ao esporte''?

A falta de neve natural na montanha do balneário de Sochi, na Rússia, obrigou os organizadores das Olimpíadas a fabricar neve para os Jogos. Segundo Jason Straton, especialista do estado do Arizona, ''a neve criada pelo homem tem teor mais úmido. E na região tropical onde localizada Sochi, há ainda mais umidade''. Segundo Straton, quando a temperatura cai, a alta umidade altera as condições da neve, que pode se tornar mais perigosa para a prática do esporte.

Quando encontrei Shaun White na Califórnia, ele se preparava para as Olimpíadas em uma montanha reservada só para ele. No Resort North Star, uma equipe levou semanas para desenvolver um percurso exclusivo de slopestyle e um halfpipe olímpico só para ele, a maior estrela da delegação de inverno dos Estados Unidos. Passamos uma manhã inteira esperando que o sol se livrasse das nuvens, aumentando a temperatura e criando condições de neve favoráveis. Nem um colchão de ar gigante, que havia sido instalado milimetricamente, para garantir a segurança das aterrissagens de White, era suficiente para que ele se arriscasse montanha abaixo. Motivo? Um erro pode ser fatal. Basta um escorregão. ''A maior diferença é a condição da neve, que pode estar grudenta ou rápida sem aviso'', me explicou o técnico de White, o  Bud Keene. ''Nós realmente precisamos ser capazes de julgar a velocidade dele com precisão durante manobras tão perigosas'', disse o experiente treinador.

Quando perguntei a White se ele não sentia medo de voar fazendo manobras a mais de dez metros do solo com todas essas variáveis, ele respondeu: ''Sinto. Apenas tento afastá-lo. Eu fico nervoso, com medo. Mas sempre, desde criança, aprendi a bloqueá-lo. Você se foca e tem que fazer um grande acordo com você mesmo'', contou White. Poucos meses depois, ele sofreu uma queda horrível no slopestyle da última seletiva olímpica dos EUA. Machucou o ombro direito. Mesmo sofrendo de fortes dores, levantou-se da maca e dirigiu-se novamente para o alto da montanha. E, de lá, fez um descida impecável, executando manobras de altíssimo grau de periculosidade, que exigiriam 110% da capacidade física de qualquer atleta. E uma incrível força mental. Ainda mais de um atleta machucado. White ganhou a competição e se classificou em primeiro lugar.

Há dois anos, no dia 12 de janeiro de 2012, mesmo com uma lesão no tornozelo esquerdo, Shaun White desceu o halfpipe dos Jogos Radicais de Inverno, em Aspen, nos Estados Unidos para conquistar a primeira “nota dez” da história, a nota cem! E isso faz lembrar o quão bravo ele foi quando decidiu se aventurar nas competições de skate, enfrentando a desconfiança de muitos, principalmente dos adversários e fãs do esporte. Isso inspirou White a se dedicar duas vezes mais. Como resultado, ele se tornou o primeiro atleta da história a conquistar os títulos dos Jogos Radicais de Inverno e Verão, em modalidades distintas.

Prefiro as mensagens de esperança que Shaun White recebeu de milhares de pessoas impressionadas com as conquistas daquele bebê que enfrentou duas cirurgias cardíacas para se tonar bicampeão olímpico às que o desrespeitaram por ter tomado uma decisão profissional e estratégica.


Super Bowl quebra recorde de audiência: 111,5 milhões
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Marcos Peres

Pela quarta vez em cinco anos, o Super Bowl quebrou recorde de audiência nos Estados Unidos, como o evento mais assistido da história da TV americana, como previu aqui o Blog do Marcos Peres. Apesar da ''lavada'' aplicada pelo Seattle Seahawks em cima do Denver Broncos, 43 a 8, a final do campeonato nacional de futebol americano atingiu a marca dos 111,5 milhões de telespectadores.

Malcom Smith, do Seattle Seahawks brinca no papel picado - foto: SHANNON STAPLETON/REUTERS

Malcom Smith, do Seattle Seahawks brinca no papel picado – foto: SHANNON STAPLETON/REUTERS

''Grandes eventos na televisão são ótimos para as pessoas terem eventos sociais, falar dele socialmente e comenta-lo em grupo'', afirmou Bill Wanger, vice-presidente executivo de programação e pesquisa da Fox Sports americana. ''Você constata isso nos números do Super Bowl nos últimos quatro ou cinco anos. Eles só crescem em um nível diferente.''

O ''Grande Jogo'' também foi o evento mais assistido na história da internet nos Estados Unidos. 528 mil pessoas viram o Super Bowl em telefones celulares, tablets ou computadores pessoais. O jogo foi citado 24,9 milhões de vezes no Twitter, outro recorde para um evento transmitido ao vivo.

O Super Bowl de 2012, no qual o New York Giants derrotou o New England Patriots, era, até então, o evento mais assistido da história da TV americana, com 111,3 milhões de telespectadores.

115,3 milhões de pessoas assistiram ao espacate protagonizado pelo cantor pop Bruno Mars, além da participação do grupo Re Hot Chili Pepers ao final do segundo quarto da partida. Esse número também representa o intervalo de jogo mais assistido da história, batendo a performance de Madonna há dois anos.


De derrotado a campeão do Super Bowl: técnico Pete Carroll
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Marcos Peres

Espiando entre as dezenas de câmeras que o cercavam, depois que se tornou campeão do Super Bowl pela primeira vez, o técnico Pete Carroll procurava pelos seus jogadores. Queria abraçar, beijar e parabenizar quantos atletas pudesse encontrar em meio à confusão que tomou conta do campo do MetLife Stadium ao final do jogo. O homem que um dia foi rotulado de ''bonzinho demais para comandar um time de brutamontes'' teve como seu primeiro ato, depois de receber nas mãos o troféu mais cobiçado dos Estados Unidos, a atitude de aponta-lo e oferecê-lo aos jogadores do Seattle Seahawks, responsáveis pela vitoria mais impressionante dos últimos anos em uma final do campeonato nacional de futebol americano.

Técnico Pete Carroll oferece troféu do Super Bowl aos jogadores - foto: Kevin C. Cox/Getty Images

Técnico Pete Carroll oferece troféu do Super Bowl aos jogadores – foto: Kevin C. Cox/Getty Images

O esporte que estampou o técnico Pete Carroll de derrotado, na década de 1990, o aplaudiu de pé nesse domingo, depois da vitória por 43 a 8 em cima do Denver Broncos. Demitido de dois dos maiores times da liga, o New York Jets e o New England Patriots, Carroll decidiu deixar a NFL em 1999 e reconstruir a carreira no futebol americano universitário.

Pete Carroll passou nove anos afastado da NFL. Durante esse período, conquistou dois títulos nacionais pela Universidade do Sul da Califórnia. Lá, desenvolveu competência para formar campeões. Nenhum dos jogadores do Seattle Seahawks havia jogado um Super Bowl antes de ser campeão nesse domingo. Com apenas 25 anos de idade, Russell Wilson se tornou o terceiro quarterback mais jovem da história a conquistar o troféu Vince Lombardi.

Pete Carroll se diverte com os jogadores antes do Super Bowl - foto: Adam Hunger/ USA Today Sports

Pete Carroll se diverte com os jogadores antes do Super Bowl – foto: Adam Hunger/ USA Today Sports

Um arranhão de mais de três centímetros na bochecha esquerda de Pete Carroll, revelado pelas câmeras durante a transmissão do Super Bowl, era a prova de que o treinador gosta de dar o exemplo. Depois da vitória, o técnico contou que se meteu entre os grandalhões no último treino antes da final, para devolver um chute. E os jogadores estavam tão motivados, que lhe deram uma pancada no rosto. Detalhe: Pete Carroll tem 62 anos de idade! ''Eu entrei para dar um descanso a Percy Harvin, procurando fazer a coisa certa. Então, Derrick Coleman me agarra e Chris Maragos vem e me dá uma pancada na cabeça'', relatou Carroll à Fox Sports americana. ''Mas, como nós cobrimos os chutes como selvagens no jogo dessa noite, tudo bem. Se contribuí para isso de alguma forma, aceito a pancada'', se divertiu o treinador.

Carroll retornou à NFL em 2010, a convite do próprio Seattle Seahawks. Trabalhou na construção do time que viria a ser o campeão desse ano durante quatro temporadas. Teve coragem para implantar um sistema que lembra a velha escola do futebol americano, baseado na defesa. E a forma com que dominou o Super Bowl 2014 de fato lembrou os campeonatos dos anos 1970 ou 80, quando placares como esse 43 a 8 eram comuns nas finais.

Melhor defesa da temporada, o Seahawks anulou a estrela antecipada do Super Bowl, Peyton Manning, um dos melhores quarterbacks da atualidade, responsável por lançar as bolas para os atacantes do Denver Broncos. Durante três dos quatro períodos do jogo, o time de Carroll não permitiu ao Broncos um ponto sequer.

Coincidentemente, Pete Carroll se sagrou campeão da NFL no mesmo estádio onde viveu a primeira experiência como treinador profissional, há 19 anos. Que acabou com uma demissão sumária dentro de poucos meses, executada pelo então octogenário Leon Hess, bilionário da área do petróleo, dono do New York Jets.

Além de ser festejado por dezenas de milhões de pessoas, no evento de maior audiencia da TV americana, Pete Carroll se tornou nesse domingo o terceiro treinador da história a ganhar os dois principais títulos do futebol americano: o profissional (NFL) e o universitário (NCAA), se juntando a Jimmy Johnson e Barry Switzer. E ainda tomou o cuidado de não diminuir as conquistas dos garotos que o ajudaram a reconstruir a carreira, na Universidade do Sula da California. “O sentimento é exatamente o mesmo”, afirmou Carroll, comparando o título profissional ao universitário.


Crise de audiência da TV não afeta Super Bowl
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Marcos Peres

O jogo desse domingo entre Denver Broncos e Seattle Seahawks tem potencial para atingir a maior audiência da história da televisão americana, superando os 111,3 milhões de telespectadores que assistiram ao Super Bowl de 2012, no qual o New York Giants derrotou o New England Patriots.

Com a audiência cada vez mais fragmentada pela concorrência dos computadores pessoais, tablets, telefones celulares, video-games e outras plataformas, cresce o número de pessoas – principalmente jovens – pouco atraídas pela televisão convencional nos Estados Unidos. Até mesmo as finais de esportes tradicionais, como o beisebol e o basquete, perderam grandes percentuais de audiência nas últimas décadas. Porém, os quatro eventos mais assistidos da história da televisão americana são as quatro últimas edicões do Super Bowl. Um fenômeno que sobrevive às mudanças inquestionáveis do mundo moderno e que vai muito além das paixões clubísticas.

Baltimore Ravens e San Francisco 49ers disputaram a final do ano passado. A soma dos habitantes das duas cidades é igual a 1,4 milhão de pessoas. Mas a audiência do jogo foi de 108,4 milhões de telespectadores. 51% dos domicílios americanos estavam ligados na rede CBS durante os 17 minutos finais da decisão, o que caracterizou a terceira maior audiência de todos os tempos nos Estados Unidos. Ou seja, o sucesso do Super Bowl não é impactado pelo tamanho dos mercados dos times envolvidos. O show tem vida própria.

A competitividade entre os times da NFL explica o sucesso em boa parte. Cinco dos últimos seis Super Bowls foram decididos por um touchdown ou menos de diferença no placar. E o jogo desse domingo ganhou mais um ingrediente intrigante a partir do momento em que a final foi marcada para o MetLife Stadium, um estádio descoberto, durante o inverno na região de Nova York. A temperatura durante o jogo estará proxima de 0ºC.

Com exceção das tradicionais séries americanas, que fazem o papel das novelas no mercado brasileiro, a programação convencional da TV nos EUA sofreu uma queda alarmante de 17% na audiência durante o inverno de 2013 em relação ao mesmo período do ano anterior entre as pessoas de 18 a 49 anos de idade, as mais desejadas pelos anunciantes. Contudo, as cinco redes de televisão envolvidas nas transmissões da atual temporada da NFL reportaram aumento médio de 5% na audiência em relação a 2012. As finais das duas conferências registraram aumento de 20% nos índices em relação ao ano passado. Ambas partidas tiveram mais de 50 milhões de telespectadores em 2014.

A audiência das finais da liga de beisebol – a MLB – é hoje duas vezes e meia menor do que na década de 1980. O confronto de 2012, entre San Francisco Giants e Detroit Tigers, registrou a menor audiência da World Series of Baseball em todos os tempos, com média de 12,7 milhões de telespectadores ao longo da série de quatro jogos.

Desde a aposentadoria do astro Michael Jordan, a audiência das finais da NBA também nunca mais foi a mesma. Já faz 16 anos que Chicago Bulls e Utah Jazz estabeleceram o recorde de audiência das finais da liga de basquete, em 1998.

Apesar de 98% da audiência do Super Bowl estar na America do Norte, a final do campeonato de futebol americano só perde atualmente para a final da Liga dos Campeões da Europa de futebol, um evento de audiência global.


Cardápio do Super Bowl: 27 bilhões de calorias
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Marcos Peres

1,2 bilhão de asinhas de frango, 51 toneladas de batatas fritas, 51,7 milhões de pacotes de cerveja. Nesse domingo, estima-se que os americanos devam ingerir 27 bilhões de calorias em guloseimas, assistindo ao Super Bowl, a final do campeonato nacional de futebol americano.

Quando os americanos apelidaram de ''Super Bowl'' a grande final, sonhavam com um megaevento em um estádio lotado, cuja visão aérea lembraria uma ''SuperTigela''. Essa é a tradução de Super Bowl para a língua portuguesa. Porém, quase cinquenta anos depois, os torcedores encheram a supertigela de guloseimas, fazendo desse domingo esportivo a segunda maior comilança do ano.

Nem no Natal come-se tanto nos Estados Unidos. O Super Bowl perde apenas para o Thanksgiving – Dia de Ação de Graças -, feriado nacional religioso no qual, tradicionalmente, as famílias se reúnem para um almoço deliciosamente farto, cujo prato predileto é o peru.

O cardápio do Super Bowl é bem diferente. Um estudo publicado pela empresa de pesquisas de mercado americana Harris Interactive escancarou o que os torcedores consomem sentados de frente para o televisor durante o ''Grande Jogo''. E as conclusões apontam para uma dieta pouco saudável e muito calórica.

Tortilhas de milho, acompanhadas de diversos molhos, estão no topo da lista do supermercado para o domingo de Super Bowl, o que já seria suficiente para garantir a quantidade de calorias indicada para um dia inteiro.

Segundo o Conselho Nacional dos Produtores de Frango, os americanos devem consumir, apenas nesse domingo, 1,2 bilhão de asinhas de frango, as tradicionais ''chicken wings''.

Pizzas e salgadinhos variados completam o quarteto a ser devorado em milhões de residências dos Estados Unidos no dia da final do campeonato nacional de futebol americano. A Associação dos Produtores de Petiscos espera vender 51 toneladas de batatas fritas. A empresa de consultoria de mercado Nielsen estima que 51,7 milhões de pacotes de cerveja sejam consumidos nesse domingo.

Apesar das diversas promocões, dos supermercados disputarem consumidores do mesmo jeito que os jogadores brigam pela tal bola oval, aos encontrões, gasta-se, em média, $70 dólares – cerca de R$ 170 – para se preparar a mesa para os amigos no domingo de Super Bowl.

Se as estimativas se confirmarem, para ingerir 27 bilhões de calorias, os americanos terão comido 1,8 bilhão de gramas de gordura enquanto assistem a uma partida esportiva, segundo o Conselho de Controle de Calorias dos Estados Unidos.


Só pelo show. Comerciais durante o Super Bowl não ajudam nas vendas
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Marcos Peres

$ 4 milhões de dólares, ou R$ 9,7 milhões, por 30 segundos na televisão. Apesar do preço astronômico, as 65 cotas de 30 segundos oferecidas pela Fox Sports dos Estados Unidos aos anunciantes interessados em expor seus produtos ao vivo, durante a final do campeonato nacional de futebol americano, esgotaram-se rapidamente, com um mês de antecedência em relacão ao Super Bowl do ano passado.

Porém, um estudo divulgado recentemente nos Estados Unidos constatou que 80% desses anúncios comerciais multimilionários não aumentam as vendas. Ou seja, apenas um em cada cinco anúncios veiculados durante o jogo realmente vendem produtos, segundo a empresa de pesquisas de marketing internacional Communicus.

Mesmo assim, ''a demanda por anúncios durante o jogo, para o Super Bowl XLVIII, é maior do que a oferta, o que é um problema maravilhoso para nós'', disse o vice-presidente executivo de vendas da FOX Sports dos Estados Unidos, Neil Mulcahy. ''Felizmente, temos várias ofertas muito atrativas e originais em nossas plataformas digitais para oferecer aos anunciantes que querem associar seus produtos ao Super Bowl'', informou Mulcahy.

Entre os anunciantes que reservaram espaço na televisão durante a final desse ano, estão gigantes como a Chevrolet, Hyundai, Jaguar, InBev, Pepsi, entre outros. Eles estão interessados na maior audiência anual da TV americana. O último Super Bowl, disputado entre San Francisco 49ers e Baltimore Ravens, atingiu média de 109,2 milhões de telespectadores na rede CBS.

Desde a década de 1980, os comerciais do Super Bowl viraram atracões de TV. São filmes publicitários espetaculares, uma verdadeira competição de criatividade. Porém, a executiva da Communicus, Jeri Smith, afirmou ao diário especializado AdAge que o que prejudica a efetividade desses anúncios é o fato de muitos deles não serem reexibidos regularmente depois do jogo. ''Uma exposição apenas (do consumidor) ao anúncio não é suficiente para fazer algo acontecer'', explicou Jeri.

Mais de mil consumidores foram entrevistados antes e depois de serem expostos aos anúncios comerciais das edições de 2012 e 2013 do Super Bowl. Antes do jogo, os pesquisadores perguntaram o que os entrevistados haviam consumido recentemente e o que pretendiam comprar, levando em consideração as categorias de produtos a serem anunciados no Super Bowl.

O mesmo grupo foi entrevistado semanas depois do jogo, para responder a questões semelhantes. E um novo grupo foi avaliado, afim de se descobrir se os consumidores realmente viram os anúncios espontaneamente e perceberam marcas e produtos envolvidos.

Os anúncios veiculados durante o ''Grande Jogo'', como foi apelidado o Super Bowl nos EUA, vão melhor na percepcão do público do que nos intervalos comerciais em geral. 44% das pessoas disseram se lembrar de determinados anúncios que viram ao longo do jogo, enquanto apenas 32% dos telespectadores dizem perceber anúncios submetidos a audiências semelhantes em outras oportunidades. Segundo Jeri Smith, isso acontece porque os anúncios espetaculares do Super Bowl tendem a se focar menos na própria marca. Assim, apenas 35% das pessoas que assistiram aos intervalos comerciais do jogo souberam responder quais as marcas responsáveis pelos anúncios, enquanto 50% dos telespectadores assimilam as marcas anunciadas em larga escala.