Mortes no Itaquerão fazem mundo lembrar dos gargalos da Copa
Marcos Peres
Ao noticiar as mortes dos operários Fábio Luiz Pereira, de 42 anos, e Ronaldo Oliveira, de 44, causadas pela queda de parte da cobertura do estádio Itaquerão, em São Paulo, muitos dos principais veículos de comunicação do mundo estão lembrando os diversos gargalos da Copa do Mundo a ser realizada no Brasil dentro de sete meses.
“O acidente aconteceu no momento em que o Brasil se aproxima do prazo final para finalizar a construção dos estádios da Copa do Mundo”, destacou a rede de televisão internacional CNN. “Ainda esse ano, o secretario geral da FIFA Jerome Valcke declarou que todos os estádios teriam que ficar prontos até dezembro”, lembrou a emissora.
O jornal inglês Independent destacou que “muitos dos estádios enfrentaram atrasos. Os de São Paulo, Manaus e Cuiabá, particularmente, não devem cumprir os prazos”, afirma a publicação. Em São Paulo, “o prazo agora parece impossível”, diz o Independent, “com os trabalhos no estádio paralisados por três dias e com 30 por cento do local isolado para as autoridades investigarem o caso”.
A CNN citou a paralisação da obra da Arena da Baixada, em Curitiba, no mês passado, por questões de segurança dos operários. E contou que “em agosto, o ministro dos esportes, Aldo Rebelo, demonstrou preocupação com os atrasos em cinco dos estádios que estão sendo construídos.”
“As preparações para a Copa do Mundo estão sendo controversas no Brasil”, disse a CNN. “Protestantes estão revoltados com o que consideram gastos absurdos com a Copa do Mundo e com as Olimpíadas de 2016. Eles também criticam a falta de investimentos nos serviços públicos, escolas, hospitais, transporte. Isso levou milhares a marcharem esse ano pelas ruas do país”, reportou.