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Lakers preferiu Kobe Bryant ao título, analisam americanos

Marcos Peres

Kobe Bryant assinou com o Los Angeles Lakers uma renovação de contrato no valor de $ 48,5 milhões de dólares – cerca de R$ 112 milhões – por duas temporadas. Mesmo sem jogar uma partida de basquete há sete meses, por causa de uma cirurgia para reconstrução do tendão de Aquiles do pé esquerdo, Bryant, de 35 anos de idade, continuará sendo o jogador mais bem pago da NBA. E isso tem gerado diversas críticas à direção da franquia e à política salarial da liga nos Estados Unidos.

“Salário de $50 milhões de dólares de Kobe Bryant mostra que o teto salarial está  arruinando a NBA”, diz o título da coluna do jornalista Jonathan Mahler na página da famosa agência de notícias econômicas Bloomberg na internet. “O real problema com o contrato de Bryant é que ele representa 37 por cento do limite de gastos para a folha salarial do Lakers. Manter Kobe Bryant vai tornar quase impossível para os Lakers formar um time campeão em torno dele“, analisa o colunista.

Kobe Bryant, jogador de um time só.

Kobe Bryant, jogador de um time só.

Em vez de comemorar a manutenção de um dos maiores jogadores da história da NBA na cidade, o principal jornal de Los Angeles também discutiu a decisão da franquia. “Kobe Bryant ganha um novo contrato com o Lakers, mas será que ele pode ganhar um outro anel (outro título)? “, foi a manchete do Los Angeles Times. O subtítulo explicou: “Kobe Bryant assinou um extensão contratual de $48,5 milhões de dólares por dois anos, que pode fazer dele um jogador exclusivo do Lakers por toda a vida, mas reduz a flexibilidade financeira do time.”

O novo contrato de Bryant vai expirar quando o astro estiver a dois meses de completar 38 anos de idade. Enquanto isso, o Lakers não será capaz de fazer grandes contratações. Kobe vai ficar com $23,5 milhões dos $ 62,5 milhões de dólares projetados para o teto salarial da próxima temporada. Mais de um terço do orçamento permitido pela NBA.

O teto salarial da NBA controla os gastos com os vencimentos dos jogadores em nome da competitividade entre os times. Mas, atualmente, “o que o teto salarial faz é proteger os lucros dos proprietários das franquias”, acredita o jornalista Jonathan Mahler. “Se a NBA retirasse o teto salarial, alguns times iriam se tornar piores. Mas outros iriam melhorar drasticamente. E isso produziria um melhor basquete por fim”, acredita o colaborador da Bloomberg.

Para o gerente geral dos Lakers, Mitch Kupchak, o acordo com Kobe Bryant representa um marco histórico. “Nós sempre dissemos que nossa prioridade e esperança eram que Kobe finalizasse a carreira como um Laker. Jogar 20 anos na NBA e fazê-lo no mesmo time é fato sem precedentes e uma conquista e tanto”, afirmou o dirigente em nota.

Se tiver condições de cumprir o contrato até 2016, Kobe Bryant baterá o recorde de outro jogador de um time só, o lendário John Stockton, que defendeu o Utah Jazz por 19 temporadas.

Bryant conquistou cinco títulos pelos Lakers, honrando o nome do time em 15 All Star Games, os famosos jogos das estrelas da NBA. Em nome desse legado, o Los Angeles Lakers preferiu Kobe a uma lista enorme de grandes jogadores que terão “passe livre” e poderiam ser contratados nas próximas duas temporadas. Ela inclui o melhor jogador da atualidade, LeBron James, do Miami Heat, e ainda Carmelo Anthony, Chris Bosh, Kevin Love, Rajon Rondo, LaMarcus Aldridge, Monta Ellis, Brook Lopez, Marc Gasol, Roy Hibbert, Arron Afflalo, Tyson Chandler.