Blog do Marcos Peres

Adversário de Edson Barboza, Cerrone está falido

Marcos Peres

Donald Cerrone - Josh Hedges/Zuffa LLC/Zuffa LLC via Getty Images

Donald Cerrone – Josh Hedges/Zuffa LLC/Zuffa LLC via Getty Images

O lutador americano Donald Cerrone tem grandes planos para esse fim-de-semana de UFC, em Orlando, Estados Unidos: “Espero sair daqui com um bônus em dinheiro e, então, ir até (o arquipélago de) Florida Keys e achar uma forma de gastar tudo”, contou ele ao Blog. Esse estilo de vida levou o “Cowboy”, de 31 anos à falência, apesar de ele ser considerado um dos principais lutadores do UFC na atualidade.

“Nunca muda”, descreveu Cerrone. “Continuo me divertindo e quando a luta chega, luto. Em meus camps de treinamento, quando estou cansado, tiro alguns dias de folga e vou para a noite, praticar wakeboard, pescar, beber cerveja, qualquer coisa.”

Desde que chegou a Orlando, Cerrone tem se dividido entre os treinos de MMA, as noitadas e o wakeboard – deslizar na superfície da água com uma prancha fazendo manobras, puxado por um barco. Comportamento oposto ao do adversário, o brasileiro Edson Barboza, um atleta disciplinado, que começou a praticar muay thai aos oito anos de idade. “Não adianta, que não dá pra fazer tudo o que quer, principalmente quando a gente tá perto de luta. Quando entro em camp de treinamento, fico no mínimo oito semanas focado só no treino. Só pensando no treino e treinando.

Edson Barboza

Edson Barboza

Sob o risco de perder o contrato com o UFC, depois de despencar de uma altura de sete metros, ao escalar uma montanha, no ano passado, Donald Cerrone prometeu se endireitar. “Eu tentei comer direito, descansar. Mas durou apenas duas lutas. Não é pra mim. Eu gosto de loucura, viver minha vida”, disse ele, justificando que luta melhor quando está se sentindo feliz.

Donald Cerrone, um ex-peão de rodeio profissional, é um solteirão convicto. Já Edson Barboza, de 28 anos, vive acompanhado da esposa, Bruna, com quem está há dez anos. Com um cartel de 13 vitórias e apenas uma derrota, atual número 11 do ranking dos pesos-leves do UFC, o brasileiro faz planos para chegar ao título mundial nos próximos meses. “Todo mundo me pergunta sobre o cinturão, desde que fiz 4 ou 5 lutas pelo UFC. Mas eu nunca me preocupei com isso. Eu queria era lutar. Mas depois que mudei meus treinamentos, depois dessas últimas três lutas, eu sinceramente comecei a pensar nisso. Acho que tá chegando perto. Estou sentindo que estou cada vez mais perto do cinturão”, ele contou.

Para o “Cowboy”, o cinturão pouco importa. “Eu não ligo”, disse ele. Apesar de estar entre os preferidos dos fãs do UFC, a única preocupação de Cerrone é fazer algum dinheiro para sustentar seu estilo de vida exuberante. Por esse motivo, ele pediu ao UFC seis lutas em 2014. Uma superexposição, que pode, em algum momento, afastá-lo de qualquer possibilidade de título.

Cerrone já ganhou do UFC oito prêmios em dinheiro, de nocaute ou luta da noite. Edson Barboza, seis. O principal deles, conquistado através de um chute rodado que entrou para a história da organização, em 2012, quando o brasileiro nocauteou o inglês Terry Etim. Assim, mesmo que por motivos distintos, ambos têm grandes ambições para a luta desse sábado.

“Essa é luta é demais! A luta que os fãs estão chamando de luta do ano. Estou ansioso! Vamos botar aquela arena abaixo e ganhar dinheiro”, disse Cerrone. “Eu espero proporcionar um grande show”, afirmou Barboza. “Todo mundo sabe que eu não fujo da luta, não amarro, jogo sempre pra frente, para acabar. Dessa vez, não vai ser diferente. Vou entrar procurando acabar com a luta. Preparado para os três rounds, mas se eu tiver uma oportunidade, a luta vai acabar. O público só tem a ganhar.”