Violência na Ucrânia ameaça amistoso contra EUA
Marcos Peres
A escalada da violência na Ucrânia, onde mais de 60 manifestantes teriam sido mortos só nessa quinta-feira (20), deve impedir a disputa de um amistoso no país, entre a seleção ucraniana de futebol e os Estados Unidos. O jogo está marcado para o dia 5 de março, na cidade de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia.
Organizadores do evento estão trabalhando em conjunto com as federações ucraniana e americana em busca de um novo país para a realização da partida. “Sempre foi uma possibilidade”, disse ao Blog o diretor de comunicações da Federação de Futebol dos Estados Unidos, Neil Buethe. “Continuamos analisando nossas opções”, completou o executivo.
O amistoso é tido como fundamental pelo técnico da seleção americana Jurgen Klinsmann, por se tratar de uma data FIFA, uma das raras oportunidades de contar com todos os jogadores que atuam na Europa. A delegação dos Estados Unidos tem dois dias de treinamentos agendados em Frankfurt, na Alemanha.
Os EUA estão no grupo G da Copa do Mundo, ao lado da Alemanha, Portugal e de Gana. A Ucrânia não se classificou para a Copa.
Ao menos 21 manifestantes ucranianos morreram durante enfrentamentos com a polícia nessa quinta-feira (20), na capital Kiev. As autoridades ucranianas dizem que os rebeldes tomaram 67 policiais como reféns. Imagens de policiais mascarados atirando contra os manifestantes circularam pela internet. Veja
O primeiro-ministro interino da Ucrânia, Sergei Arbúzov, ordenou no último fim de semana o esvaziamento das ruas e prédios administrativos de Kiev. Porém, os rebeldes alegam que não desistirão enquanto não houver uma reforma na lei de anistia. Eles querem a libertação de todos os presos políticos e a retirada das acusações criminais contra eles.
Os problemas políticos ucranianos se agravaram há três meses, quando o governo ucraniano se recusou a assinar um acordo com a União Européia, preferindo uma oferta financeira da Rússia.
Há dez dias, a Rússia acusou os Estados Unidos de intromissão nos assuntos internos da Ucrânia e ameaçou suspender parte da oferta financeira caso a situação no país não seja pacificada.