Outro Michael está quebrando os recordes de Phelps nos EUA
Marcos Peres
O americano Michael Andrew, de apenas 14 anos de idade, está quebrando recordes que pertenciam a Michael Phelps quando o maior nadador olímpico de todos os tempos tinha a idade dele.
Durante um evento recente na Califórnia, Andrew se tornou o garoto mais jovem da história a nadar 100 jardas nado de peito abaixo dos 56 segundos. O menino está nadando tempos que o classificariam para as Olimpíadas. E pretende estrear em dois anos, já nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.
“De vez em quando, eu olho minhas conquistas e recordes na página da federação americana de natação na internet. Eu estou fazendo história. Não há ninguém que tenha feito os recordes que eu fiz”, contou Andrew.
Com esse desempenho, Andrew seria disputado pelas melhores universidades dos Estados Unidos, interessadas em oferecer a ele bolsas de estudos em troca de um grande atleta para o time de natação.
Para isso, Michael Andrew, que hoje cursa o primeiro ano do ensino médio, não poderia receber qualquer quantia em dinheiro para nadar. Teria que recusar inclusive propostas de patrocínio. Mas, ao contrário do que fez a nadadora americana Missy Franklin, que ainda defendia o time da escola quando ganhou quatro medalhas de ouro e uma de bronze nas Olimpíadas de Londres-2012, aos 17 anos de idade, Andrews decidiu se profissionalizar aos 14.
Missy Franklin mantém o status de amadora aos 18 anos. Em 2013, a nadadora ganhou uma bolsa de estudos da Universidade da Califórnia e planeja se profissionalizar em 2015, aos 20 anos. Até lá, pode estar perdendo até $ 2 milhões de dólares por ano, segundo levantamento da revista americana Forbes.
Michael Andrew passou a ser treinado pelo pai, Peter Andrew, um sul-africano que se mudou com a família para a cidade de Lawrence, no estado de Kentucky, há dois anos.
Peter Andrew explicou ao canal de televisão americano FOX que a decisão de profissionalizar o filho tem a ver menos com dinheiro e mais com o sistema de treinamento a que Michael é submetido, chamado de USRPT. O programa é baseado em treinamentos para provas específicas. Normalmente, as escolas americanas apostam em regimes mais amplos, de forma que os alunos possam somar pontos para as instituições em diferentes provas nas competições.
“Se nós o mandássemos para um programa de universidade, não iria funcionar. Eles treinam muito diferente. Foi uma decisão realmente fácil”, disse o pai.
Antes de completar 15 anos, Michael já assinou contrato de patrocínio com uma empresa de suplementos nutricionais. A família tem enfrentado críticas por profissionalizar o garoto tão cedo. Mas o pai não se arrepende. “Nós viajamos o país como uma família, acrescentou Peter Andrew. Ele nada em piscinas de todo o país. Estamos perdendo alguma coisa? Acho que não”, concluiu.