Pivô Tiago Splitter espera por convite para o Mundial de Basquete e acredita em pódio.
Marcos Peres
Entre os critérios anunciados pela Federação Internacional de Basquete (FIBA) para conceder convites a seleções nacionais para o Campeonato Mundial que será disputado no ano que vem, na Espanha, um chamou a atenção dos brasileiros. Será necessário o comprometimento dos principais jogadores do país em defender a seleção. O pivô Tiago Splitter, vice-campeão da NBA na última temporada, defendendo o San Antonio Spurs, já se ofereceu: “Com certeza quero jogar o Mundial. (…) O Mundial é um campeonato que marca muito a carreira de um jogador. Pela minha parte, sem dúvida vou estar lá representando o Brasil.”
Depois de dez anos defendendo o Brasil em diversas competições internacionais, mesmo quando a seleção não contava com alguns dos principais jogadores do país, pela primeira vez, Tiago Splitter pediu dispensa de uma convocação quando saiu a lista para a Copa América de Basquete, disputada entre agosto e setembro desse ano, na Venezuela. Porém, outros seis dos maiores jogadores do Brasil fizeram a mesma coisa. A maioria, por questões médicas. O time brasileiro perdeu os quatro jogos que disputou, sendo eliminado precocemente e deixando de conquistar uma das quatro vagas disponíveis para o Campeonato Mundial.
No dia 2 de fevereiro do ano que vem, a FIBA vai distribuir convites para o Campeonato Mundial da Espanha a quatro seleções. Se o Brasil for uma delas, Tiago Splitter acredita que a seleção brasileira possa subir ao pódio, caso o técnico Rubén Magnano perdoe e convoque os jogadores duramente criticados por ele depois do fiasco na última competição.
“Um claro exemplo disso foram as últimas Olimpíadas”, comparou Splitter. “A gente brigou de igual para igual com todos os times. Acabamos ficando em quinto. Mas a gente tinha o jogo na mão contra a Rússia e a Rússia foi terceiro. São coisas que são definidas por detalhes. Se a gente estiver com o time completo, a gente vai ser uma das grandes seleções do Mundial e todo mundo sabe disso. Eu converso com gente da França, da Espanha e todo mundo sabe do potencial da seleção do Brasil”, afirmou o jogador.
Aos 28 anos de idade, Tiago Splitter enfrentava um momento-chave da carreira quando pediu dispensa da seleção. Depois de jogar a primeira final da carreira na NBA, provando definitivamente que podia ser efetivo para o San Antônio Spurs, depois de quatro anos nos Estados Unidos, o contrato de Splitter havia chegado ao fim. Ele negociava a renovação, o que dificultava a busca por um seguro em caso de lesão durante a Copa América. Saudável e com moral, Splitter conquistou um novo contrato de $36 milhões de dólares por quatro temporadas, cerca de R$ 78,8 milhões.
“Primeiro, é claro que todo mundo espera que vá aparecer um novo Tim Duncan, que vai meter 25 pontos, 15 rebotes. E não é assim. Eu sou outro tipo de jogador e leva um tempo para a torcida entender isso”, analisou Splitter. “E agora, eles já entenderam como é que eu jogo, como ajudo o time dentro da quadra a ganhar jogos.”
Há uma semana, o Portal SB Nation, um fenômeno na mídia esportiva dos Estados Unidos, publicou uma análise sobre Splitter com o título: “Tiago Splitter é melhor do que os números mostram.” E usou 16 ilustrações para mostrar a importância do brasileiro para os Spurs. Elas mostram toco, passe, enterrada, infiltração, bloqueio. “Os números de Tiago Splitter podem ser comuns, mas há muito mais neles do que aquilo que os olhos podem ver. Nós mostramos o porquê dos Spurs terem conseguido um bom valor no contrato de $36 milhões de dólares por quatro anos”, explicava o subtítulo da análise.
O técnico do time de San Antonio, Gregg Popovich, um dos mais respeitados do mundo, foi o primeiro a descobrir isso. Popovich já deu a Tiago uma nova missão para a temporada 2013-2014, que pode fazer dele um jogador ainda mais valioso para o San Antonio Spurs e para a seleção brasileira. “Popovich quer que eu leia melhor o jogo. Ele quer que eu seja outro armador dentro de quadra. Ele gosta da forma com que eu passo a bola. Ele quer que eu leia bem as jogadas e a gente utilize isso também como uma arma,” contou o camisa 22 dos Spurs.