Klinsmann ameaça cortar estrela dos EUA da Copa
Marcos Peres
Landon Donovan é o maior goleador da história da seleção de futebol dos Estados Unidos. Mais do que isso, é também o jogador responsável pelo maior número de passes que resultaram em gols da seleção americana em todos os tempos. Porém, Donovan, de 32 anos, está, nesse momento, concentrado em um centro de treinamentos da Califórnia, disputando uma vaga na Copa do Mundo – seria a quarta Copa da carreira – com garotos, como Julian Green, de 18 anos.
Quando o técnico alemão Jürgen Klinsmann anunciar a lista final de 23 jogadores para a Copa do Mundo do Brasil, no próximo dia 2 de junho, Donovan, titular da seleção americana nas últimas três Copas, pode não estar lá. Não que haja jogadores tecnicamente mais qualificados. Ou que Donovan não tenha mais condições físicas para fazer a diferença, aos 32 anos de idade. Klinsmann tem cobrado dele a atitude de Copas passadas.
“A mídia pensa que ele (Donovan) é intocável, que ele tem que estar no Brasil, que tem que ser titular. Mas não é assim que funciona”, disse Jürgen Klinsmann em um documentário exibido pela rede de televisão americana ESPN. “Tenho que tomar decisões baseado no que vejo hoje”, avisou o treinador da seleção.
Jürgen Klinsmann, de 49 anos, criticou Donovan quando o jogador americano mais bem pago da Major League Soccer decidiu tirar um período sabático no ano passado, durante as eliminatórias para a Copa do Mundo. No mês passado, o treinador botou Donovan no banco de reservas, em jogo contra a seleção do México, mesmo sem contar com os jogadores americanos que atuam na Europa para o amistoso. Klinsmann alegou fraco desempenho de Donovan nos treinamentos da seleção. Ao que o jogador respondeu dizendo que vinha sentindo algumas dores no joelho esquerdo.
Landon Donovan tem duas semanas para reverter essa má impressão. Ele foi um dos principais motivos pelos quais Klinsmann decidiu levar os 30 jogadores da pré-convocação para duas semanas de convivência e treinamentos intensivos na Universidade de Stanford, na Califórnia, para só depois anunciar o corte de sete atletas.
“Eu sempre fui direto com ele (Donovan)”, disse Jürgen Klinsmann. “Não há dúvidas sobre o que ele já fez pelo futebol dos EUA, pelo (Los Angeles) Galaxy, antes, pelo San Jose (Earthquakes) ou o que realizou em sua carreira pessoal pela seleção dos Estados Unidos. É fantástico! Ele merece todos os cumprimentos. Mas futebol é o que você faz hoje e o que você poderá fazer no futuro. Nós não estamos construindo um grupo baseados no passado. Estamos montando o grupo baseados no que temos atravessado juntos e no que acreditamos no dia de hoje.''
Desde que assistiu a 59 minutos do empate com o México em 2 a 2 do banco de reservas, Landon Donovan melhorou sua produtividade. Foi o melhor jogador do Los Angeles Galaxy no último jogo antes de se apresentar à seleção, um empate em 1X1 com o time de Portland. “A menos que aconteça um milagre, é minha última chance de fazer parte de algo como isso (Copa do Mundo)”, disse Donovan ao final da partida. “Então, eu realmente quero agarrá-la e estar lá.”
Caso Landon Donovan, principal estrela americana da liga local, seja cortado da seleção, Jürgen Klinsmann viajará para o Brasil carregando uma responsabilidade inimaginável há alguns meses. Sair de um dos grupos mais difíceis da Copa de 2014 sem a ajuda do jogador americano mais talentoso dos anos 2000. Porém, se a “enquadrada” em Landon Donovan surtir o resultado que Klinsmann certamente gostaria que tivesse, talvez Donovan possa se despedir das Copas do Mundo com uma contribuição histórica para os EUA, que têm pela frente Gana, Portugal e Alemanha pelo grupo G do mundial.