Estrangeiros questionam Ronaldinho e Kaká fora da Copa
Marcos Peres
O mundo do futebol está se acostumando ao nome do meia Oscar, do Chelsea. Hulk, do Zenit, ou Willian, do Chelsea, ainda estão muito longe de serem marcas globais, como está se tornando Neymar, do Barcelona, nos últimos anos. Talvez nunca o sejam. Bernard, que no ano passado transferiu-se do Atlético Mineiro para o Shaktar Donetsk, da Ucrânia, é um desconhecido para a maioria. A dois meses da convocação da única seleção pentacampeã do mundo para a Copa a ser disputada em casa, no Brasil, o mundo se pergunta: Por que o treinador da seleção brasileira abriu mão de Ronaldinho e Kaká?
Já faz quase dez anos que Ronaldinho foi eleito o Melhor Jogador do Ano da FIFA pela primeira vez, em 2004, repetindo o feito em 2005. Kaká foi o último brasileiro a receber a honraria, há quase sete anos, em 2007. Porém, não é de se estranhar que os fãs queiram vê-los em ação. Que se perguntem por que o técnico Luiz Felipe Scolari parece ter aberto mão da experiência de duas Copas do Mundo de Kaká e das três Copas de Ronaldinho, como escreveu o colunista inglês Robbie Blakeley, para o portal Bleacher Report:
“Aos 33 anos de idade, os melhores dias do jogador duas vezes eleito Jogador do Ano pela FIFA claramente já ficaram para trás. Mas, com certeza, um jogador com a experiência de Ronaldinho, ainda mais com o talento absurdo que tem, poderia encontrar um lugar na formação da seleção para a Copa mais importante do país desde 1950,” estranhou Blakeley. O título da reportagem é “Ronaldinho: Onde deu tudo errado no ano da Copa do Mundo”.
Kaká vai completar 32 anos em abril. Ronaldinho jogaria a Copa aos 34, assim como deve acontecer com o meio-campo Xavi, do Barcelona, um dos líderes da Espanha, e com o meia Andrea Pirlo, da Itália e da Juventus de Turim, ambos de 34 anos de idade.
Kaká e Ronaldinho estão longe de contar hoje, no Brasil, com a popularidade que Romário tinha em 2002, quando Felipão decidiu não leva-lo para a Copa da Coréia e do Japão. E além do mais, a Copa das Confederações do ano passado deu ao técnico da seleção a base de apoio para suas crenças de que há gente mais bem preparada no momento para representar o Brasil. Nem Kaká, nem Ronaldinho participaram da campanha. E a seleção passou no teste, suportando a pressão de jogar no Brasil, avançando até a final e derrotando os experientes espanhóis, atuais campeões do mundo, por 3 a 0 na final.
A reportagem do Bleacher Report descreve o caso de Ronaldinho dizendo que desde a passagem pelo Milan, da Itália, em 2011, “a sua fome e desejo pelo jogo visivelmente deixaram seu corpo”. O jornal espanhol Marca, que tantas manchetes positivas dedicou a Ronaldinho e Kaká, quando esses atuavam por Barcelona e Real Madrid, respectivamente, dessa vez constata: “Kaká e Ronaldinho estão mais longe do Mundial.”