Veteranos: a Copa não seria a mesma sem eles
Marcos Peres
Dez ou quinze anos de carreira podem pesar bastante sobre os joelhos e tornozelos de jogadores de futebol. Ainda assim, alguns deles ainda somam o peso de carregar nas costas suas respectivas seleções nacionais. Podem chama-los de ídolos ou de veteranos. Eles sobreviveram às exigências físicas do futebol moderno e vão jogar a Copa do Mundo de 2014.
Aos 34 anos, Tim Cahill será a estrela da Austrália na terceira Copa consecutiva. Isso quer dizer que, pelo menos nos últimos nove anos, nenhum jogador melhor do que ele surgiu naquele país de 23 milhões de habitantes. “Para mim, nada muda em ano de Copa”, disse Cahill ao Blog em Orlando, nos Estados Unidos, onde o time dele, o New York Red Bulls, faz pré-temporada. “Você quer jogar o máximo que puder, quer treinar e dar tudo o que tem nos jogos. Você precisa atuar bem pelo clube e jogar quantos minutos puder para depois representar bem o seu país. Eu já joguei duas Copas, essa vai ser a terceira. Aprendi que é preciso jogar o máximo que puder e aproveitar.”
Tim Cahill marcou o primeiro gol da história da seleção australiana em Copas do Mundo. Aliás, os dois primeiros, na vitória da Austrália por 3 a 1 sobre o Japão, na Copa da Alemanha, em 2006. Ele voltou a marcar na Copa da África do Sul, em 2010, quando a Austrália bateu a Sérvia por 2 a 1. Essas foram as únicas duas vitórias do time australiano em Copas do Mundo.
Apesar de jogar como meia, Cahill divide com o ex-atacante Damian Mori o posto de maior artilheiro da história da seleção australiana, com 29 gols. Porém, esse ano será difícil igualar a melhor colocação da Austrália nas Copas, a segunda fase, alcançada em 2006. A sorte – ou a falta dela – colocou os australianos no grupo B da Copa de 2014, ao lado de Espanha e Holanda, as finalistas da Copa da África do Sul, em 2010. Difícil acreditar que elas não serão as duas seleções do grupo a avançar para a segunda fase. “É o que é, um dos grupos mais difíceis da Copa”, afirmou Cahill. Para mim, é ótimo! Jogar contra os melhores, os finalistas da última Copa, contra jogadores excepcionais. Para mim, o mais importante é aproveitar e tentar fazer algo especial para o meu país.”
É o que tentará fazer David Pizarro, de 34 anos, meia do Chile, outro que caiu no grupo B. Pizarro atualmente joga pela Fiorentina, da Itália.
Apesar de não estar apresentando o mesmo futebol que o coroou o melhor jogador da Copa de 2010, aos 34 anos, o atacante Diego Forlán deve jogar a terceira Copa do Mundo pelo Uruguai. Pelo grupo D, ele deve enfrentar o meia inglês Frank Lampard, do Chelsea, que vai completar 36 anos dias antes da estreia na terceira Copa da carreira.
A lista dos veteranos que vão explorar os “atalhos” dos gramados dos novos estádios “padrão FIFA” no Brasil inclui jogadores como o grego Georgios Karagounis, de 36 anos, jogador do Fulham da Inglaterra, o atacante Didier Drogba, de 35 anos, da Costa do Marfim e do Galatasaray e outros não tão veteranos, mas velhos conhecidos, como o atacante camaronês de 31 anos, Samuel Eto'o, do Chelsea, e o russo Andrei Arshavin, de 32 anos, que trocou o Arsenal pelo Zenit São Petesburgo.
Segundo o australiano Tim Cahill, esses jogadores, que tanto contribuíram com o crescimento do futebol em seus respectivos países receberão um grande presente em troca esse ano no Brasil: “Isso será o êxtase do futebol mundial! Samba e futebol, vai ser demais! Vai ser ótimo para os fãs e também para o Brasil mostrar seu potencial para o mundo. Mal posso esperar!”