New York Times relata pressão sobre a seleção brasileira
Marcos Peres
Principal jornal do planeta, o The New York Times relata nessa terça-feira o clima que cerca a preparação da seleção brasileira de futebol para a Copa do Mundo do ano que vem. “Carreiras de jogadores, treinadores e dirigentes dependem do time levantar a taça”, relata a publicação americana. “Preocupações com os custos astronômicos para sediar a Copa do Mundo podem ser, pelo menos temporariamente, amenizados pela vitória. Até a presidente do país, Dilma Roussef,, tem um papel – analistas políticos acreditam que se o Brasil ganhar, Dilma pode conseguir a reeleição”, explica o NYT.
O New York Times conta como o técnico da seleção, Luiz Felipe Scolari, está se comportando, estando no ponto de interseção de todas essas pressões. “Ele recrutou a ajuda de uma arma surpreendente: uma psicoterapeuta” escreveu o jornalista Sam Borden, se referindo a Regina Brandão, para depois explicar que a profissional “faz parte do time de Scolari desde o final da década de 1990”. “Ela avaliou cada jogador brasileiro para ajudar Scolari a escolher entre 40 ou 50 dos jogadores mais talentosos do mundo para formar o que ele e o Brasil esperam que seja um time imbatível de 23 homens.
“Meu trabalho é desenhar um perfil psicológico de cada jogador”, disse Regina Brandão. “É para ajudar Scolari com o individual e com o coletivo. É para entender como cada jogador se sente e como isso afeta a forma com que joga.”
A psicóloga da seleção brasileira contou que os dados coletados em suas pesquisas e avaliações com os atletas a levaram a aconselhar Felipão a deixar clara a escalação do time com antecedência para os jogadores. Os estudos dela revelaram que os jogadores brasileiros ficam mais tranquilos se conhecerem seus papéis antecipadamente. “Os jogadores brasileiros têm uma percepção diferente de outros jogadores para as mesmas situações”, ela explicou. “É uma questão realmente cultural a forma com que se comportam e a forma com que se comportam diferentemente de outros. Eles são muito mais intensos do que jogadores de outros países, seja para o lado bom ou o ruim. Lidar com as emoções é crítico para Scolari”, segundo explicou Regina Brandão.
“Nossos jogadores são muito talentosos, alguns dos mais talentosos do mundo”, disse Felipão. “Mas o que realmente importa é que tipo de pessoas eles são. Alguns são mais melancólicos, outros mais agressivos. Essa é a parte científica. É assim que ganhamos”, contou o técnico da seleção.