Canadá cria “disque-denúncia” para doping
Marcos Peres
A três meses da abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, na Rússia, o Centro Canadense Para a Ética no Esporte lançou, essa semana, em Ottawa, um “disque-denúncia” para o combate ao doping.
O anúncio aconteceu poucos dias depois do ciclista canadense Ryder Hesjedal, campeão da famosa prova Giro d’Italia de 2012, ter admitido que se dopava “há mais de dez anos”.
O diretor do Centro Canadense Para a Ética no Esporte, Paul Melia, lembrou o escândalo envolvendo o velocista Ben Johnson, que perdeu a medalha de ouro dos 100m dos Jogos Olímpicos de Verão de 1988 por doping. “Ninguém quer ver um atleta canadense receber uma medalha na sexta-feira para perde-la no sábado”, ele afirmou. “Já vivemos isso uma vez. Não queremos viver de novo.”
O Canadá foi sede da última edição dos Jogos Olímpicos de Inverno, Vancouver-2010. O time canadense foi o primeiro colocado no quadro geral de medalhas pela primeira vez na história das Olimpíadas, com 14 de ouro, quebrando também o recorde de medalhas de ouro de uma nação em uma mesma edição dos Jogos.
Porém, recentemente, depois de uma viagem a Sochi, o presidente do Comitê Olímpico do Canadá, Marcel Aubut disse ter chegado à conclusão de que o esporte canadense está vulnerável ao doping. “Fiquei chocado”, afirmou o executivo.
O governo federal e os Comitês Olímpico e Paralímpico do Canadá se uniram para contribuir com $1 milhão de dólares canadenses (R$ 2,2 milhões) para a luta contra o doping no país. O dinheiro vai incrementar o programa de testes em atletas que vão disputar as Olimpíadas de Sochi.
As autoridades também estão investindo na capacidade de investigação do programa antidoping, disse Bal Gosal, ministro do esporte do Canadá.
Qualquer pessoa pode ligar para o “disque-denúncia” canadense de doping pelo telefone 1-800-710-2237.