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Sono dos jogadores dos EUA é monitorado pela comissão técnica

Marcos Peres

Clint Dempsey, atacante dos EUA - foto: Kevin C. Cox/Getty Images

Clint Dempsey, atacante dos EUA – foto: Kevin C. Cox/Getty Images

Para uma seleção como a dos Estados Unidos, número 13 do ranking da FIFA, ser campeã mundial ainda parece um sonho distante. Porém, a comissão técnica dos EUA está monitorando o sono de cada um dos jogadores convocados desde o início da preparação para a Copa do Mundo.

Ao se apresentarem à seleção americana em Stanford, Califórnia, ainda no mês passado, os jogadores ganharam pulseiras que coletam dados sobre os períodos que os atletas passam dormindo ou acordados, o que possibilita a análise da quantidade e qualidade do sono de cada um. Assim, a comissão técnica pôde avaliar os hábitos de cada atleta, procurando corrigir manias que diminuem ou mesmo interrompem o tempo de descanso, como ficar ao computador ou ao telefone celular antes de dormir ou pegar no sono com aparelhos eletrônicos ligados. “O sono pode afetar sua velocidade de reação e sua performance”, explicou o chefe da equipe de preparação física da seleção americana, Masa Sakihana, ao jornal USA Today.

A partir do dia 16 de junho, quando a Copa vai começar de fato para os Estados Unidos, em Natal, em jogo contra a seleção de Gana, as “pulseiras dedo duro” passarão a ser consideradas fundamentais. Os jogadores dos EUA vão viajar aproximadamente 14,5 mil quilômetros só na primeira fase da Copa. Baseados em São Paulo, os americanos vão voar ida e volta entre as cidades de Natal (nordeste do país), Manaus (norte) e Recife (nordeste).

Dormir em aviões não é um bom remédio para a fadiga muscular. A comissão técnica terá, então, acesso aos dados do sono dos atletas para tomar decisões embasadas cientificamente em relação à carga de treinamentos e períodos de regeneração.

Em uma competição curta como a Copa do Mundo, tão importante quanto treinar para enfrentar o próximo adversário é cuidar da recuperação física dos atletas, que precisam estar “prontos para outra” em quatro dias, intervalo entre uma partida e outra.

A companhia que desenvolveu a tecnologia, batizada de Fatigue Science – Ciência da Fadiga, em língua portuguesa – também foi contratada pela seleção alemã, adversária dos EUA na primeira fase da Copa. E não por acaso. O técnico do time americano é o alemão Jürgen Klinsmann, mentor do atual treinador da Alemanha, Joachim Low.

Apesar de controlarem o sono de seus jogadores, Low e Klinsmann não são contrários à prática do sexo durante a Copa do Mundo, ao contrário do técnico do México, Miguel Herrera. “Penso que somos bastante descontraídos na forma como tratamos as coisas”, disse Jürgen Klinsmann ao programa The Soccer Gods, da Fusion TV. “Os familiares deles (jogadores) podem vir a qualquer momento… Cada time e cada nação tratam disso diferentemente, baseados em suas culturas”, afirmou o treinador.