Blog do Marcos Peres

Arquivo : junho 2014

Atlético de Madrid e Arsenal querem goleiro do México
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Marcos Peres

O goleiro da seleção do México, Guillermo Ochoa, ultrapassou, durante a primeira fase da Copa do Mundo, a marca de um milhão de seguidores na rede social Twitter. Nesse sábado, já eram quase 1,2 milhão de pessoas. Desde que foi apontado como principal personagem do empate sem gols entre Brasil e México, no dia 17 de junho, Ochoa somou mais de 400 mil seguidores, um aumento de 61%.

Desempregado desde que foi liberado pelo Ajjacio, rebaixado para a segunda divisão da França com a pior campanha da Ligue 1 na última temporada, o goleiro mexicano passou a figurar, nos últimos dias, nos radares de algumas das equipes mais importantes do mundo: O Arsenal, da Inglaterra, e o Atlético de Madrid, da Espanha, finalista da última edição da Champions League.

O Atlético de Madrid está a procura de um substituto para o goleiro belga Thibaut Courtois. O Chelsea, da Inglaterra, que emprestou Courtois para o time espanhol nas últimas três temporadas, requisitou o retorno do goleiro de apenas 22 anos de idade, a pedido do técnico José Mourinho. O interesse do Atlético em Ochoa foi reportado pela primeira vez pelo diário espanhol Mundo Deportivo.

No Arsenal, Guillermo Ochoa, de 28 anos, contribuiria com sua experiência para o crescimento do goleiro polonês Wojciech Szczesny, de 24 anos, considerado pelo técnico Arsene Wenger um dos jogadores de maior potencial para a posição no mundo, noticiou o jornal inglês Daily Star.

“Estou me mantendo calmo (em relação ao futuro)”, disse Guillermo Ochoa. “Há opções e terei bastante tempo para analisar qual é a melhor”, comemorou o goleiro.

Ochoa tomou apenas um gol nos três jogos da primeira fase da Copa, contra a Croácia, jogo vencido pelo México por 3 a 1. Além do empate sem gols com o Brasil, o goleiro mexicano também fez algumas boas defesas contra a seleção de Camarões, ajudando a “La Tri” na vitória por 1 a 0 sobre os africanos.


EUA: Futebol vence a última grande barreira global
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Marcos Peres

Wall Street Watch Party - foto: Joe Petro/ Orlando City SC

Wall Street Watch Party – foto: Joe Petro/ Orlando City SC

Talvez você já tenha lido ou ouvido falar que o jogo desse domingo, entre Estados Unidos e Portugal, pelo grupo G da Copa do Mundo, foi a partida de futebol mais assistida da história da TV americana, atraindo 18,2 milhões de telespectadores em média durante o confronto. Seria uma zebra capaz de “puxar” uma carruagem com mais de 18 milhões de americanos, já que os “Yanks” venciam Portugal até os 50 minutos do segundo tempo? Não.

Teria o futebol vencido a “última grande barreira” na expansão de seu reinado global? Estaria o “soccer” finalmente se enraizando nos EUA, depois de ser insistentemente arrancado dos principais campos do país, como ervas daninhas tentando crescer nos gramados de futebol americano? A resposta é sim, está.

foto: Joe Pedro/Orlando City SC

foto: Joe Pedro/Orlando City SC

A audiência de Estados Unidos 2 x 2 Portugal atingiu quase 23 milhões de pessoas nos minutos finais, bem mais do que a média de 18,2 milhões ao longo do jogo. Isso, sim, é reflexo de uma vitória improvável – que virou empate nos últimos segundos de partida. Porém, o maior mercado consumidor do mundo já sabe bem quem é Cristiano Ronaldo. A final da UEFA Champions League 2014, entre Real Madrid e Atlético de Madrid, foi transmitida em TV aberta nos EUA, pela FOX. A audiência média foi de 3,1 milhões de pessoas, combinando-se as transmissões em inglês e espanhol (FOX Deportes).

Esse ano, pela primeira vez na história, 10 jogos da última rodada da Premiere League – o campeonato inglês – foram transmitidas simultaneamente nos EUA – sim, ao mesmo tempo, em dez canais diferentes. A audiência combinada foi de 4,9 milhões de telespectadores. A rede NBC, detentora dos direitos, anunciou uma audiência média de 31,5 milhões de pessoas nas transmissões da temporada 2013-2014 da Premiere League.

Dois times vão estrear na temporada 2015 da liga local, a Major League Soccer. O Orlando City, do proprietário brasileiro Flávio Augusto da Silva, está em negociações avançadas com o meia Kaka, do Milan, da Itália. O New York City, uma parceria entre os donos da maior equipe de beisebol do mundo, o NY Yankees, e o grupo que controla o Manchester City, da Inglaterra, já apresentou o atacante espanhol David Villa.

A MLS e suas franquias trabalham duro para convencer alguns dos principais personagens do futebol europeu para a América. A média de público nos estádios é ótima. A oitava melhor do mundo. Superou os 18,8 mil espectadores por jogo em 2013. Porém, a carência de grandes ídolos influenciou negativamente a audiência na TV no mesmo ano. Sem a exibição das tatuagens de David Beckham em rede nacional de televisão, a final da MLS-2013, entre Sporting Kansas City e Real Salt Lake, teve audiência de 500 mil telespectadores em média. O que não impediu, poucos meses depois, o anúncio do maior acordo de direitos de televisão da história da liga americana.

foto: Joe Pedro/ Orlando City SC

foto: Joe Pedro/ Orlando City SC

De olho no futuro e alinhadas com os planos da MLS de se tornar uma das mais fortes ligas de futebol do planeta até 2022, FOX, ESPN e Univision ofereceram um total combinado de $ 90 milhões de dólares (R$ 200 milhões) por temporada nos próximos oito anos. Um aumento de 300% em relação ao contrato anterior, embora os números ainda pareçam modestos se comparados aos europeus ou mesmo aos brasileiros.

Os números deixam claro: Muitos americanos, sobretudo os mais jovens, já estão sofrendo daquela febre que termômetro nenhum acusa. E que nunca passa. E o mais importante: o futebol já penetrou nos principais mercados internos dos Estados Unidos. As maiores audiências estão onde o dinheiro está. Na capital, Washington, em Nova York, Baltimore (nos arredores de Washington), Boston, Seattle, Richmond (estado da Virginia), San Francisco-Oakland (Califórnia), Norfolk (Virginia), Providence, Long Island, Philadelphia e Chicago.

 


Cervejaria propõe “falta brasileira” para assistir à Copa nos EUA
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“Trabalhar na segunda-feira é doloroso. Especialmente quando tem futebol. O seu chefe vai te deixar tirar uma #FaltaBrasileira?” Essa é a pergunta da cervejaria Heineken em campanha de marketing lançada nesse domingo nos Estados Unidos.

A campanha sugere que os americanos convençam seus chefes a conceder “faltas” aos empregados durante os jogos da Copa do Mundo, como se faz no Brasil. “Peça para o seu chefe tuitar para a Heineken contando quando é que o escritório vai ter uma #FaltaBrasilira e nós podemos patrociná-la”, promete a cervejaria.

O personagem do vídeo associado à campanha publicado no YouTube é o publicitário brasileiro Bruno Teles, chefe de marketing da Heineken americana desde fevereiro desse ano. “De repente, nos encontramos numa situação difícil”, diz o executivo. “Decidir entre trabalhar e assistir ao esporte que amamos. Somos obrigados a tirar três horas de almoço e assistir aos jogos em nossos computadores quando ninguém está nos vendo (…) Eu desafio você (…) a deixar todos os seus empregados tirarem uma falta brasileira. É quando você dá um tempo no trabalho para curtir a glória do futebol”, explica Teles, responsável pelo cresimento da marca Heineken no Brasil em 500% em apenas 4 anos, antes de assumir o departamento de marketing da marca nos EUA.

 


Gana ameaça EUA pela terceira Copa consecutiva
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Marcos Peres


Aos 50 minutos do segundo tempo, Cristiano Ronaldo – até então, sumido da Copa – descolou um cruzamento longo e ao mesmo tempo milimétrico, na cabeça de Silvestre Varela, que empatou o jogo contra os Estados Unidos em 2 a 2 e manteve a seleção de Portugal matematicamente viva no mundial para a última rodada da fase de grupos. Já os EUA trocaram nos acréscimos a comemoração da classificação improvável pela dor de cabeça que já dura oito anos, desde a Copa do Mundo de 2006: Gana é mais uma vez a maior ameaça.

Todos os times do grupo G têm chances de classificação para as oitavas de final. Porém, pela terceira Copa do Mundo consecutiva, Gana é a maior ameaça dos Estados Unidos. Responsável pela eliminação dos dois últimos mundiais, Gana pode roubar o lugar dos americanos na próxima fase, caso o time africano vença Portugal.

Mesmo tendo vencido o confronto com os ganeses pela primeira vez nesses oito anos, com um 2×1, na estreia, os EUA precisam se virar contra a forte Alemanha no próximo dia 26, para não dependerem do resultado de Gana x Portugal.

Clique aqui e veja a classificação do grupo G.

Explicando a teoria do Blog:

A Alemanha, além de favorita contra os EUA, tem saldo de gols positivo em quatro (+4).

Os EUA têm os mesmos quatro pontos, mas o saldo é de um gol (+1).

Gana tem um ponto. Saldo de menos um (-1). Se a Alemanha vencer os EUA e Gana ganhar de Portugal, a decisão será no saldo de gols, ou ainda no critério gols marcados. O que arrepia todos os pelos do corpo do técnico dos Estados Unidos, Jürgen Klinsmann, de tão provável.

E Portugal? Tem apenas um ponto, como Gana. Mas o saldo de gols é negativo em quatro (-4), resultado da goleada sofrida na estreia contra a Alemanha, o que torna a classificação pouco provável.

A essa hora, o alemão Klinsmann deve estar ensimesmado, pensando no resultado dos sonhos. Claro, um empate entre EUA e Alemanha classificaria as duas equipes para as oitavas.

Entre falhas grotescas – como a furada do zagueiro Geoff Cameron, capaz de transformar um cruzamento horrível de Miguel Veloso em gol de Nani – e virtudes impressionantes – a capacidade de pressionar adversários mesmo com 4 volantes na escalação -, os EUA podem, sim escapar de um dos grupos mais difíceis da Copa. Para alegria de milhares de americanos, que têm saído às ruas vestindo a camisa do time de “soccer” como nunca se viu nos EUA.

Seja com gol de barriga, como o de Clint Dempsey, ou golaço, como o de Jermaine Jones, o futebol vai vencendo a “última grande barreira” de sua inacreditável história. Ganhando o maior mercado consumidor do mundo.

 


Ex-aposentado Phelps vai tentar vaga em Mundial
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Marcos Peres

 

Michael Phelps vai tentar voltar a um Mundial - foto: Francois Xavier Marit / AFP

Michael Phelps vai tentar voltar a um Mundial – foto: Francois Xavier Marit / AFP

Depois de retornar de 20 meses de aposentadoria, o nadador americano Michael Phelps vai tentar voltar a um Campeonato Mundial. Dono de 26 títulos mundiais, Phelps, que vai completar 29 anos no dia 30 de junho, vai nadar nesse final de semana o Grand Prix de Santa Clara, última competição antes do Campeonato Nacional dos Estados Unidos, que será disputado em agosto e vai definir a equipe americana para o Mundial de Kazan-2015, na Rússia.

“Quero ver em que nível estou ao final dessa competição”, disse Phelps. “Espero terminar com algumas nadadas positivas que me ajudem a seguir em frente para o Campeonato Nacional.”

Dono de 18 medalhas olímpicas de ouro, um recorde histórico, Michael Phelps não confirma se a meta final de seu retorno à natação é a disputa dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. “Sou uma pessoa orientada por objetivos”, afirmou Phelps. “Vocês não saberão (meus objetivos) até acontecerem. Deixo minha natação falar por mim.”

Porém, o técnico Bob Bowman, responsável por tornar Phelps o maior fenômeno da história das Olimpíadas – dono de 22 medalhas- , acredita que Phelps possa ser competitivo em 2016, aos 31 anos de idade. “Ele é bom o suficiente. Em vez de um programa de 4 anos, estamos em um programa de 4 horas”, disse o treinador. “Vamos ver como ele se comporta depois dessa competição”, completou.

O GP de Santa Clara é a terceira competição de Michael Phelps desde a volta à natação competitiva. E também o mais ambicioso. Pela primeira vez esse ano, o americano vai nadar quatro provas em um mesmo final de semana: 100m livre, 100m borboleta, 200 livre e 200m quatro estilos.


Alan Kardec ganha posição de Pato no São Paulo
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Marcos Peres

Alan Kardec estreia como titular - foto: Marcelo Machado de Melo/Fotoarena/Folhapress

Alan Kardec estreia como titular – foto: Marcelo Machado de Melo/Fotoarena/Folhapress

No primeiro treino coletivo da intertemporada do São Paulo nos Estados Unidos, Muricy Ramalho confirmou a entrada do atacante Alan Kardec no time titular, no lugar de Alexandre Pato. Kardec, que custou ao clube $ 4,5 milhões de euros, cerca de R$ 13 milhões, vai estrear pelo São Paulo no amistoso contra o Orlando City, que será disputado nessa sexta-feira, no complexo esportivo da Disney, nos Estados Unidos.

“Por tudo o que representa a camisa do São Paulo, pela grandeza, pelos jogadores que aqui nós temos pelos ídolos, poder estrear, mesmo que em um amistoso, é sempre muito válido. Quando você veste a camisa, seja para treinar, seja a camisa de jogo, você tem que dar o seu melhor, tem que se dedicar. Tô feliz com essa possibilidade e espero fazer o melhor”, afirmou Kardec ao canal Orlando City Brasil na internet.

O técnico Muricy Ramalho afirmou que, embora o time esteja no início do período de treinamentos durante a pausa no Brasileirão para a Copa do Mundo, o amistoso nos Estados Unidos vai abrir a temporada de disputas de posição entre os titulares, o que dá grande importância ao jogo.

“No nosso time, a gente tem uma filosofia de trabalho – e eles sabem disso – de que joga quem está melhor. E a gente tem um plantel que está ficando bom. Em algumas posições, nós estamos dobrando bons jogadores. Então, o amistoso passa a ser importante, sim, porque o jogador sabe que só me convence dentro do campo, mostrando a diferença”

Na lateral-esquerda, Muricy testou Lucas Evangelista no lugar de Reinaldo.

Os titulares do São Paulo no coletivo dessa quarta-feira foram Rogério Ceni; Douglas, Rodrigo Caio, Antônio Carlos e Lucas Evangelista; Souza, Maicon e Paulo Henrique Ganso; Alan Kardec, Luis Fabiano e Osvaldo.


Goleiro mexicano que parou Brasil está desempregado
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Marcos Peres

Estrela da seleção do México no empate em 0 a 0 com o Brasil, nessa terça-feira, na Arena Castelão, em Fortaleza, o goleiro Guillermo Ochoa está desempregado. Primeiro arqueiro mexicano a atuar na Europa, Ochoa acabou liberado pelo Ajjacio depois que o time foi rebaixado para a segunda divisão da França, com a pior campanha da Ligue 1 na temporada 2013-2014, somando apenas quatro vitórias e 23 derrotas. O goleiro mexicano tomou 71 gols em 37 jogos pelo campeonato francês.

Guillermo Ochoa fez sete defesas contra a seleção brasileira. Salvou o México de dois gols de Neymar, em uma cabeçada aos 25 do primeiro tempo e em uma finalização de dentro da área, aos 23 da etapa final. Não permitiu um gol iminente de Paulinho aos 43 do primeiro tempo. Aos 40 minutos do segundo tempo, o zagueiro brasileiro Thiago Silva cabeceou da linha da pequena área e Ochoa pegou.

Convocado para as Copas do Mundo de 2006 e 2010, Ochoa não havia jogado uma partida sequer em mundiais antes da estreia do México em 2014, vitória por 1 a 0 sobre Camarões. Há poucas mais de um mês, os apaixonados torcedores mexicanos nem sabiam quem seria o goleiro titular na Copa.

“Paco Memo”, como é conhecido no México, foi o escolhido para ser a última instância do congestionado sistema defensivo do técnico Miguel Herrera, que conta com três zagueiros e defende muitas vezes com dez atletas. Como Guillermo Ochoa, nenhum deles tem grande destaque hoje no futebol europeu. Seis titulares atuam no campeonato mexicano. E o atacante mais badalado do elenco é reserva da seleção, assim como no Manchester United, Javier “Chicharito” Hernandez.

O zagueiro Javier Rodríguez, que Neymar fez cair sentado aos 16 do primeiro tempo, é um dos três jogadores do América do México entre os titulares. Porém, foi também Rodríguez quem impediu Fred de marcar o gol que seria a redenção de um péssimo início de Copa do Mundo, aos dois minutos do segundo tempo.

O volante Hector Herrera, do Porto, de Portugal, e o lateral/meia Andrés Guardado, do Bayern Leverkusen, são os atletas mais consistentes da atual seleção mexicana no futebol internacional. O atacante Giovani dos Santos já passou por seis times diferentes nos últimos seis anos e hoje está no Villarreal, da Espanha.

Depois do empate, a festa foi enorme pelas ruas do México. São quase 120 milhões de habitantes. Grande parte deles, apaixonados pela “El Tri”, que apesar do sucesso recente nas divisões de base, com dois títulos mundiais sub-17 e a medalha de ouro das Olimpíadas de Londres-2012, nunca foi campeã de uma Copa do Mundo.


Quem é o primeiro brasileiro campeão da NBA
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Marcos Peres

Tiago Splitter é o primeiro jogador de basquete proveniente do Brasil a ser campeão da NBA, 26 anos depois do pivô Rolando ter arremessado a primeira bola de um brasileiro em uma cesta da liga profissional dos Estados Unidos, em 1988. Foi com a bandeira do Brasil nas costas que Splitter, de 29 anos, levantou o troféu Larry O’Brien.

Splitter teve a coragem de mudar-se para a Espanha aos 15 anos de idade, justamente porque sonhava tornar-se o jogador que hoje é. Um jogador capaz de encaixar-se e tornar-se peça indispensável da engrenagem mais azeitada do basquete mundial na atualidade, o melhor time do planeta, o San Antonio Spurs. A equipe do técnico Gregg Popovic rabisca na quadra com perfeição os movimentos táticos desenhados na prancheta do treinador.

O Spurs não tem um super ala, como LeBron James ou Kevin Durant. Eles não se encaixariam no esquema do técnico “Pop”. Ninguém que quebre a rotação se encaixaria. Foi assim que o ala-pivô Tim Duncan se fez uma lenda. Aos 38 anos, ajudou e se deixou ajudar por Splitter para conquistar o quinto título da NBA da carreira, o quinto do San Antonio Spurs, campeão em 1999, 2003, 2005, 2007 e 2014.

Tiago Splitter é craque na arte de jogar para o time. Ágil e eficiente na defesa. Um dos melhores passadores e “ladrões” de bola entre os pivôs da NBA, e, nesse ano, fez também a diferença pontuando em jogos complicados, como na primeira partida da final contra Miami, com 14 pontos em apenas 23 minutos.

O basquete é um esporte no qual todos os jogadores participam de cada ação do time, seja ofensiva ou defensiva. E, na partida desse domingo, o Spurs foi taticamente tão eficiente, que parecia ter um atleta a mais em quadra, atacando ou defendendo. Splitter jogou 59 partidas na temporada 2013-2014, a maioria delas como titular, atuando, em média, mais de 21 minutos por partida, anulando, por exemplo o craque alemão Dirk Nowitzi, do Dallas Mavericks, no início dos playoffs.

Splitter não esteve cotado para o jogo das estrelas. Nem faz questão de ser uma estrela. Não precisou disso quando, em 2010, foi campeão da Espanha pelo Baskonia, conquistando um feito raro. Ganhou, no mesmo ano, os prêmios de melhor jogador da temporada regular do forte campeonato espanhol e, mais tarde, também o de melhor jogador das finais.

Gregg Popovich, treinador do Spurs desde 1996, sabia muito bem disso ao decidir renovar o contrato de Tiago enquanto o brasileiro ainda se adaptava ao esquema insanamente metódico e incansavelamente ensaiado implantado por ele. Popovich dividiu o tempo de quadra de Splitter com o ótimo pivô francês Boris Diaw, talvez um pouco mais versátil, mas menos tático do que o brasileiro.

Splitter, de 2,11m de altura não é apenas um homem grande, mas um grande homem. Serviu a seleção quando outros jogadores não queriam, não podiam, serviu a seleção brasileira quando estava contundido. E quando não o fez, na última Copa América, foi porque estava sem contrato com a NBA. Qualquer contusão e ele talvez não fosse hoje o primeiro brasileiro campeão da liga mais espetacular do mundo em qualquer esporte.

O San Antonio Spurs foi o primeiro campeão da NBA depois da era Michael Jordan no Chicago Bulls. No título de 1999, o ala-pivô Tim Duncan, então com 22 anos de idade, jogou lado a lado com o fantástico David Robinson, pivô do Dream Team nas Olimpíadas de Barcelona-1992.

Hoje, Tim Duncan é o primeiro jogador da história da NBA a ganhar títulos em três décadas diferentes. O papel de Tiago Splitter também já foi desempenhado nos títulos de 2003, 2005 e 2007 por pivôs como o americano Robert Horry, dono de sete títulos da NBA, o holandês Francisco Elson, que jogou 9 temporadas na NBA e o argentino Fabricio Oberto, ala-pivô campeão olímpico em Atenas-2004.

Quantos passes precisos Kawhi Leonard, de 22 anos, não recebeu de Tiago Splitter para ser eleito o “jogador mais valioso” das finais? Quantos adversários o brasileiro não bloqueou para as penetrações do americano no garrafão? O catarinense com cara de alemão hoje faz parte da incrível história de um time multinacional que impôs seu domínio contra os donos da bola de basquete, os americanos. Um armador francês, outro australiano, um ala argentino, um italiano, jogadores de 9 nacionalidades diferentes. 15 de junho de 2014 foi o dia em que a bandeira brasileira se fez notar no pódio da NBA pela primeira vez, nos ombros largos do gigante Tiago Splitter.


Apenas 5% dos mexicanos creem em título do México
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Jogadores mexicanos comemoram vitória sobre o Brasil nas Olimpíadas de Londres - foto: Flavio Florido/UOL

Jogadores mexicanos comemoram vitória sobre o Brasil nas Olimpíadas de Londres – foto: Flavio Florido/UOL

O principal jogador mexicano da atualidade não quis defender a seleção do México na Copa do Mundo. Não que o atacante Carlos Vela tenha preferido jogar por outra nação, como o brasileiro Diego Costa, que escolheu a Espanha. Vela, do time espanhol Real Sociedad, não acredita que o México possa ser campeão mundial.

Poucas pessoas foram tão criticadas na história do México – imagine as mídias sociais. Porém, como Carlos Vela, grande parte da torcida mexicana, mesmo apaixonada pela “El Tri”, também não crê no sucesso da seleção, que não passou da segunda fase das últimas cinco Copas do Mundo. Uma pesquisa recente da empresa de consultoria Mitofsky constatou que apenas 5% dos mexicanos creem que a seleção nacional será campeã da Copa de 2014, revelou o diretor da empresa, Roy Campos.

Carlos Vela - foto: Eric Lalmond-Virginie Lefour/EFE

Carlos Vela – foto: Eric Lalmond-Virginie Lefour/EFE

O futebol mexicano até hoje não conseguiu identificar seu próprio estilo de jogo, algo único, uma virtude a ser explorada e que sirva de espelho para os mais jovens. Há qualidade técnica. Também há quantidade, em uma nação de quase 120 milhões de habitantes. Porém, falta consistência às seleções adultas.

Campeões das Copas do Mundo sub-17 de 2005 e 2011 e dos Jogos Olímpicos de Londres-2012 – uma competição basicamente sub-23 – os mexicanos levaram ao Brasil uma geração talentosa de atletas. O sucesso nas divisões de base não é novidade. Já na idade adulta, um dos desafios é compensar a diferença de porte físico para europeus, africanos e até alguns países sulamericanos. Um estudo de 2012 revelou que um mexicano mede, em média, 1,64m, contra 1,82m dos alemães e 1,74m dos brasileiros.

Responsável pela principal conquista internacional do México, a medalha de ouro nas Olimpíadas de Londres-2012, a jornada do técnico Luis Fernando Tena na seleção adulta durou quatro dias – um jogo com derrota para os Estados Unidos – em 2013. No futebol mexicano, como no brasileiro, dirigentes nada profissionais dispensam técnicos para livrar-se da responsabilidade pelas derrotas, pela má administração. A seleção mexicana trocou de treinadores quatro vezes nas últimas seis partidas das eliminatórias para a Copa de 2014.

Autor de 21 gols na temporada 2013/2014, Carlos Vela, de 25 anos, é pretendido atualmente pelo Arsenal, da Inglaterra. Já provou não precisar da seleção mexicana. O atacante tem se recusado a atender às convocações desde 2011. Mesmo com uma vaga garantida entre os titulares, Vela disse não ao México mais uma vez. Disse não à Copa do Mundo. “Não estou mentalmente 100% para representar ou fazer parte desse grupo, o qual merece meu máximo respeito”, afirmou Vela em nota, enquanto a seleção mexicana se refazia do desgaste e das críticas por quase ter falhado em se classificar para a Copa de 2014 nas fracas eliminatórias da Concacaf.

O México chegou à última rodada das eliminatórias dependendo de resultados dos rivais para jogar a repescagem, onde finalmente ganhou a vaga da Nova Zelândia.


NBA: Índios pagam anúncio comercial contra racismo
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Índios americanos querem mudar nome do time de futebol americano de Washington - Reprodução YouTube

Índios americanos querem mudar nome do time de futebol americano de Washington – Reprodução YouTube

Um anúncio comercial que foi ao ar na noite dessa terça-feira, durante o jogo 3 da final da NBA, entre Miami Heat e San Antonio Spurs, pedia a mudança do nome e do mascote de um dos times de futebol americano mais populares dos Estados Unidos, o Washington Redskins. O motivo alegado foi a discriminação racial.

Os Yocha Dehe Wintun, tribo indígena nativa do estado da Califórnia, pagou por valiosos 60 segundos do intervalo comercial da rede de televisão ABC em sete das principais cidades dos EUA para protestar contra o que acreditam ser uma ofensa racial. O time da capital americana, fundado em 1932, se chama Redskins – “peles vermelhas”, em língua portuguesa – em referência aos indígenas. Um apelido que os líderes das tribos locais consideram uma forma de discriminação pela cor da pele.

“É hora de fazer as pessoas pensarem em dar fim ao ódio usando o esporte como uma ferramenta para dar foco ao racismo”, disse Marshall McKay, presidente do conselho tribal dos Yocha Dehe Wintun, sem revelar quanto os indígenas gastaram com a campanha.

O vídeo, que se chama “Orgulho de ser” foi produzido pelo Congresso Nacional dos Índios Americanos. Nele, os indígenas contam apelidos que têm orgulho de carregar. Ao final, deixam claro que Redskins não é um deles, mostrando um capacete do time de Washington.

Os índios americanos recentemente enviaram aos jogadores da NFL uma carta contendo assinaturas de 75 organizações indígenas, religiosas e de direitos humanos pedindo que os atletas se levantassem contra o nome Redskins, que, segundo a carta, “não honra as pessoas de cor”.

Faz um ano que diversas tribos se manifestam pela mudança do nome do time de Washington. Mas a pressão sobre o proprietário do Redskins, Dan Snyder, aumentou bastante desde que a NBA baniu para sempre da liga o proprietário do time de basquete Los Angeles Clippers, Donald Sterling, por comentários racistas contra os afro-americanos. Snyder, no entanto, já afirmou considerar o nome Redskins uma “medalha de honra”, prometendo nunca mudá-lo.

Dirigentes da NFL e da equipe de Washington repetem insistentemente que não consideram o nome ofensivo. E se apoiam numa pesquisa realizada há dez anos e em cartas recentes de americanos de ascendência indígena que gostam do nome da equipe.