Blog do Marcos Peres

EUA questionam renovação de contrato de Klinsmann

Marcos Peres

A extensão do contrato do técnico alemão Jürgen Klinsmann até a Copa de 2018, antes mesmo da seleção americana estrear na Copa do Mundo do Brasil, em 2014, demonstra um esforço da Federação de Futebol dos Estados Unidos em se adequar às regras do mercado do futebol internacional, já que Klinsmann passou a ser alvo de especulações na Inglaterra e na Suíça. Mas o mundo do futebol é pitoresco demais para os norte-americanos. Acostumados com gestões esportivas profissionais e com o protagonismo, muitos deles não entendem o porquê de o país ter que se curvar para um treinador que sequer liderou o time em uma Copa do Mundo.

Jürgen Klinsmann vive há 15 anos nos EUA - foto: Brian Stewart/EFE

Jürgen Klinsmann vive há 15 anos nos EUA – foto: Brian Stewart/EFE

“Não há muitos empregos no mundo nos quais você recebe um grande bônus e uma promoção antes de conquistar o principal objetivo para o qual foi contratado. Mas essa é a vida de Jürgen Klinsmann”, publicou o colunista Ives Galarcep, do site Sporting News. “O movimento pareceu forçado e sem necessidade”, completou o jornalista.

Desde que o Tottenham Hotspur, da Inglaterra, demitiu o técnico André Villas-Boas, o nome de Jürgen Klinsmann passou a fazer parte da lista de possíveis substitutos. Ele é um ex-jogador do Tottenham. O trabalho de Klinsmann na seleção americana, liderado o time em vitórias sobre a Itália, a Alemanha e o México, nos últimos meses, encheu os olhos dos dirigentes da seleção da Suíça, que procuram por um substituto para Ottmar Hitzfeld, depois que o contrato do atual treinador expirar.

“Claro que isso é importante, mas não especificamente as questões da Suíça ou do Tottenham”, afirmou o presidente da federação americana, Sunil Gulati. “Em geral, um técnico que está indo muito bem, que tem uma reputação internacional, que fala múltiplas línguas, seria procurado,” explicou Gulati sobre o tal mercado volátil do futebol internacional.

Mas as explicações da US Soccer não impediram questionamentos dos americanos. O jornalista da rede NBC Sports, Mike Prindiville, indagou: “As questões continuam: Não faria mais sentido tratar disso depois da Copa do Mundo? A U.S. Soccer não ficaria muito mal caso tudo desabe no Brasil?”

O presidente da federação americana não se pronunciou sobre essa pergunta, mas a extensão do contrato de Klinsmann por mais quatro anos veio apenas horas depois do sorteio que colocou a seleção dos Estados Unidos em um dos grupos mais disputados da Copa, entre Alemanha, Portugal e Gana. Se para os americanos pareceu um movimento surpreendente da federação, para quem está mais acostumado com as nuances do futebol, parece claro: A federação dos EUA entende que passar da primeira fase da Copa do Mundo de 2014 será difícil. Mas talvez seja mais fácil na Copa de 2018, na Rússia, com um treinador que conhece profundamente as carências do futebol norte-americano e ao mesmo tempo entende de futebol competitivo internacional, como Jürgen Klinsmann.