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Brasileiro, dono do Orlando City Soccer, comemora nova arena e quer Kaka em 2015.

Marcos Peres

Por cinco votos a dois, os comissários do Condado de Orange aprovaram na noite dessa terça-feira, a construção do estádio que vai possibilitar que o time do empresário brasileiro Flávio Augusto da Silva, o Orlando City Soccer, ingresse na principal liga profissional do país, a Major League Soccer já em 2015. “Agora vamos para o contrato”, afirmou Silva. “Acredito que até o final de novembro, quem sabe, já tenhamos tudo isso assinado”.

Ilustração do estádio – Orlando City SC

Flávio Augusto da Silva passou a noite de terça para quarta-feira em claro, graças à diferença de fuso horário. De Lisboa, onde está passando uma temporada com a família, ele acompanhava pela internet os debates entre membros da comunidade de Orlando sobre a proposta de construção de um estádio de futebol na região central da cidade que é um dos maiores destinos turísticos dos Estados Unidos. Centenas de pessoas, a maioria usando camisas roxas do Orlando City Soccer, lotaram o auditório do prédio da administração do Condado de Orange. “Eu já vivi algumas experiências em negócios, umas que deram certo, outras que não deram certo. Mas é muito interessante olhar pra um negócio que tem uma abrangência tão grande na sociedade, tão profunda.”, afirmou o empresário brasileiro ao Blog, às 3h da manhã no horário de Lisboa.

Durante 4 horas, cidadãos da região de Orlando se revezaram ao microfone da comissão para expressar opiniões sobre a construção da arena e o impacto disso para a cidade. Cada pessoa teve dois minutos para discursar mediante os sete comissários, responsáveis pela votação. “Ví alí gente que eu não conheço falando de forma tão apaixonada, tão emocionada até, sobre o negócio no qual estou investindo. Realmente é uma sensação muito interessante.”, observou Silva. “Envolve crianças, pais, famílias, negócios. Foi lá o presidente da organização que constrói os aeroportos de Orlando. O homem fatura $ 400 milhões de dólares por ano e estava alí voluntariamente, pra dizer que apoiava. O cara foi lá dizer que apoia porque vai aumentar o turismo. Donos de negócios, de lojas de artigos esportivos, dizendo que depois que o Orlando City foi para a cidade, ele aumentou muito as vendas”, disse o investidor brasileiro.

Auditório lotado para a votação – Orlando City SC

Ao aprovar a construção do estádio, que deve ter 25 mil lugares, o Condado de Orange – subdivisão administrativa do estado da Flórida, onde fica a cidade de Orlando – ficou responsável por contribuir com os $20 milhões de dólares (equivalentes a R$ 43,6 milhões) que faltavam pra fechar a conta. Condados vizinhos e a prefeitura de Orlando vão investir $ 30 milhões de dólares (R$ 65,5 milhões) no estádio e Flávio Augusto da Silva, $ 40 milhões de dólares (R$ 87,3 milhões).

A arena do Orlando City Soccer vai nascer a duas quadras do Amway Center, o ginásio utilizado pelo time de basquete Orlando Magic, que joga pela NBA.

Silva convocou uma reunião da direção do clube para o próximo fim-de-semana em Lisboa. Ele vai pagar à MLS $ 70 milhões de dólares pela nova franquia, o equivalente a cerca de R$ 152,6 milhões.

Flávio Augusto da Silva – Orlando City SC

Em 2012, 639 mil brasileiros visitaram Orlando, segundo o Departamento de Comércio, Viagens e Turismo dos Estados Unidos. Foi o terceiro maior contingente de turistas internacionais, atrás apenas do Canadá e do Reino Unido. Flávio Augusto da Silva prometeu uma grande contratação para motivar as famílias brasileiras a reservarem um dia, entre as diversas atrações da região, para se divertir num estádio de primeiro mundo e ver uma estrela brasileira em campo. Silva gostaria muito de contar com o amigo Kaka.

“Fiquei muito feliz por vê-lo dar o passe para o gol do Robinho. Gosto muito do Kaka. É um garoto muito especial”, disse Silva. “A gente tem uma relação já de algum tempo. Ele está numa condição física muito boa. Tem ainda uns bons 5, 6 anos de boa performance. Nós não temos nada definido. O Kaka já declarou publicamente que tem o desejo de jogar nos EUA. É um lugar que ele gosta. E é obvio que se isso acontecer, nós vamos ficar muito felizes. Mas o nosso objetivo é ter um jogador brasileiro de ponta, de expressão mundial. Se for o Kaka, nós vamos ficar muito felizes.”